A confiança do consumidor na economia brasileira diminuiu entre novembro e dezembro deste ano. A redução do ICC (Índice de Confiança do Consumidor), da FGV (Fundação Getulio Vargas), no período foi de 2,1%, passando de 125,1 pontos em novembro para 122,5 pontos neste mês.

O resultado foi influenciado pela diminuição do otimismo em relação ao futuro, já que o Índice de Expectativas caiu 3,4%, chegando a 109,5 pontos, o menor nível desde março de 2010. A parcela de consumidores que esperam uma melhora do ambiente econômico nos próximos seis meses caiu de 31,5% em novembro para 29,6% em dezembro. Já aqueles que preveem uma piora aumentaram de 11,9% para 15,6% no período.

RENDA

Famílias com ganhos mensais entre R$ 2.101 e R$ 4.800 demonstraram queda maior da confiança entre as quatro faixas de renda pesquisadas para o cálculo do ICC de dezembro. Segundo o economista da FGV, Aloísio Campelo, entre as famílias com ganhos mensais de R$ 2.101 a R$ 4.800, o ICC caiu 4,3% em dezembro ante novembro, ou o dobro da média negativa apurada pelo levantamento para todas as faixas de renda. O especialista classificou as famílias desta faixa de renda como exemplo da classe média brasileira.

As outras três faixas de renda também apresentaram taxas negativas em dezembro ante novembro, mas menos intensas do que a detectada entre as famílias consideradas de classe média. Entre as com ganhos mensais até R$ 2.100, o ICC caiu 1,1% no período; entre as que têm renda mensal de R$ 4.801 a R$ 9.600, o índice também mostrou queda de 1,1%.

Já entre as famílias com ganhos mensais acima de R$ 9.601, houve queda de 1,2% no indicador de dezembro contra novembro.

Campelo não descartou novas quedas mensais futuras para o indicador, caso permaneça o cenário atual de expectativas de elevação de juros e avanço da inflação no varejo.