A derrota para o Botafogo-RJ e a conseqüente eliminação do Torneio Rio-São Paulo voltaram a conturbar o ambiente no Palmeiras. Nesta sexta-feira, na reapresentação do elenco, o técnico Marco Aurélio e o diretor de futebol Américo Faria se reuniram com os jogadores por cerca de 40 minutos nos vestiários da Academia e, ao final da conversa, os semblantes denunciavam certo abatimento. O bate-papo foi em tom de cobrança.

Poucos se atreveram a falar sobre a conversa. Quem o fez, foi sucinto. “Nos pediram mais empenho. Acho que faltou isso contra o Botafogo”, resumiu o volante Claudecir, que na partida contra os cariocas jogou improvisado na lateral direita.

Após a reunião, Marco Aurélio sequer foi ao campo para comandar o treinamento da equipe. Também não falou com os jornalistas, o que denuncia que o treinador já não encontra mais clima para permanecer no clube. É que, além das cobranças da torcida, o técnico palmeirense está tendo de se livrar da linha de fogo de alguns jogadores, entre eles o volante Magrão, que não escondem a insatisfação por estarem sendo substituídos nas partidas.

O treinador do Palmeiras só falou com os repórteres após o desembarque do time em São Paulo, no final da manhã, e admitiu que sua situação no alviverde pode se agravar caso a equipe perca para o rival Corinthians neste domingo, no Morumbi. “O futebol é assim. A gente não sabe o que se passa pela cabeça da diretoria. Eu posso sair ou alguns jogadores, não se sabe”, disse.

Os jogadores também fizeram um mea-culpa pelo baixo rendimento do time na temporada e dividiram as responsabilidades com Marco Aurélio. “Muito se fala do treinador, mas é preciso entender que ele está trabalhando com as opções que tem”, afirmou o meia Alex. Américo Faria admitiu que o time precisa de reforços. “Mas está difícil contratar nesse momento”, argumentou.