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O jogo se movimenta em São Bernardo
Por Raphael Rocha
30/06/2020 | 00:02
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A denúncia do MPF (Ministério Público Federal) contra o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), no âmbito da Operação Prato Feito por suspeita de fraude em contratos da merenda escolar e da alimentação na saúde pública abalou a política da cidade no fim de semana – o Diário trouxe com exclusividade o teor da peça, que tramita no TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região). Morando vinha, estrategicamente, limpando terreno para sua candidatura à reeleição. A estratégia do núcleo duro do governo é a de polarizar o pleito contra o ex-prefeito Luiz Marinho, pré-candidato do PT ao Paço, tirando do caminho o maior número de adversários de outros espectros políticos. O conteúdo da denúncia, porém, preocupou a base governista, em especial de que forma essa acusação pode chegar ao eleitorado de classe média de São Bernardo, setor no qual Morando sempre transitou bem, mas que vinha ressabiado pela postura de fechamento do comércio adotada pelo prefeito durante a pandemia. Os cálculos de um possível prejuízo político estão a todo vapor entre os que acompanham o dia a dia da Prefeitura de São Bernardo.

Amigos e inimigos

 O fato de a denúncia apresentada pelo MPF (Ministério Público Federal) contra o prefeito Orlando Morando (PSDB), de São Bernardo, ter vindo perto da eleição e ser justamente capitaneada por um órgão federal ligou ainda mais o sinal de alerta entre os interlocutores do prefeito. Não faz muito tempo que esta coluna mostrou que a troca no comando do Ministério da Justiça – com a saída de Sergio Moro – e a mudança no comando da PF (Polícia Federal) poderiam indicar que iriam avançar as denúncias contra rivais do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Morando é um dos principais aliados e um dos principais adversários de Bolsonaro, o governador paulista João Doria (PSDB). Em que pese, nos últimos dias, o prefeito ter feito afagos públicos ao presidente da República. 

Herdeiro

 O clima de mal-estar cresceu nos últimos dias dentro do DEM de São Caetano. Tudo porque o que era apenas especulação ganha, a cada semana, contornos de veracidade: a pré-candidatura a vereador de Paulinho Pinheiro (DEM). Filho do ex-prefeito Paulo Pinheiro (DEM) se filiou nos últimos dias da janela eleitoral, embora minimizasse entrar na política. Entretanto, com a possibilidade de seu pai não estar nas urnas, a família tentará emplacar um integrante.

Fora do ninho

 O vereador Sidão da Padaria (PSD), de São Caetano, não esconde a irritação com o fato de duas de suas mais fiéis assessoras desgarrarem de seu gabinete para coordenar campanhas vinculadas ao governo José Auricchio Júnior (PSDB). Valdirene Azevedo, conhecida como Val, vai capitanear a campanha à vereança de Rosana Gomes (PSDB).


Preferido

Ainda em São Bernardo, têm gerado comentários as recentes manifestações elogiosas do prefeito Orlando Morando (PSDB) ao vereador Ivan Silva (PP) no caso da Enel. O parlamentar vem recebendo afagos públicos do tucano a respeito do caso, a despeito de outros parlamentares também liderarem críticas aos serviços prestados pela concessionária de energia elétrica na cidade. 


Posicionamento

O deputado estadual Campos Machado, presidente paulista do PTB, defendeu o adiamento das eleições municipais deste ano, na esteira da posição adotada pelo presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitorado), Luís Roberto Barroso, em decorrência da pandemia de Covid-19. Na avaliação do petebista, transferir o pleito é “decisão responsável”. “A ciência e a saúde ainda não conseguiram uma forma de controlar esta doença plenamente, restando como única alternativa, ainda, manter o isolamento físico. Portanto, não há nenhum clima para pensarmos em protocolos pré-eleitorais, como convenções e campanhas, o que nos impõe adiamento mais do que necessário do pleito”.




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