Política Titulo Ostracismo
Após 25 anos, Zé Augusto fica fora do pleito municipal

Eterno candidato, ex-prefeito coleciona derrotas e cai no ostracismo sem bancar espólio eleitoral

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
07/06/2020 | 05:36
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O ano era 2012. Àquela altura, o polêmico ex-prefeito de Diadema José Augusto da Silva Ramos (PSDB) desistiu de disputar o Paço diademense depois de quatro derrotas consecutivas. Mesmo fora das acirradas brigas com as quais se acostumou, ainda colhia frutos de recall eleitoral. No pleito daquele ano, viu sua última vitória nas urnas com uma então inédita candidatura a vereador que lhe rendeu o patamar de parlamentar mais votado do Grande ABC. De quebra, foi cobiçado e endossou o projeto de Lauro Michels (PV), que derrubou do poder na cidade o PT, seu antigo partido e inimigo político por décadas.

De lá para cá, Zé Augusto caminhou para o ostracismo e, depois de quase 25 anos participando de todas eleições municipais em Diadema, o tucano ficará de fora das urnas na cidade na corrida eleitoral deste ano. Além de enfrentar problemas de saúde – segundo correligionários, teria enfrentado câncer – o ex-prefeito, hoje com 73 anos, também não conseguiu transferir seu espólio eleitoral para outro político.

O partido ao qual ainda segue filiado, o PSDB, voltará a disputar a Prefeitura após oito anos, com o vereador Ricardo Yoshio como prefeiturável. A última vez foi justamente em 2012, quando Zé Augusto abriu mão de candidatura a prefeito, mas colocou alguém da família no lugar: sua mulher, a ex-vereadora Maridite Cristóvão, que ficou em terceiro lugar e nunca mais voltou às urnas. Seu filho, Gabriel de Oliveira, chegou a ter o nome ventilado, mas o projeto nunca passou de especulação. Seu principal pupilo e aliado, o ex-vereador José Dourado (PSDB), 70 anos, hoje segue como secretário de Segurança Alimentar do governo Lauro e desistiu da vereança para apoiar o filho, Fagner Dourado, o Nego (PSDB), na disputa por vaga no Legislativo.

Desde que deixou a Prefeitura, em 1992, Zé Augusto participou de seis eleições municipais seguidas. Na última, em 2016, disputou a reeleição para vereador, mas amargou nova derrota após receber tímidos 2.420 votos – desempenho bem aquém dos 7.254 apoios que havia conquistado quatro anos antes. Depois da única vitória como prefeiturável, em 1988, pelo PT, concorreu a prefeito por quatro eleições seguidas: 1996, pelo petismo; 2000, pelo PPS; 2004 e 2008, pelo PSDB. A mais emblemática foi a penúltima, quando ficou na frente no primeiro turno contra o então prefeito José de Filippi Júnior (PT), mas viu o petista virar o jogo e levar a reeleição com 554 votos de diferença. Zé Augusto também foi deputado federal, pelo PT, entre 1995 e 1998; e deputado estadual por dois mandatos (1999 a 2002, pelo PPS, e 2007 a 2010, pelo PSDB).

Outro que ficará de fora das urnas em Diadema depois de 24 anos será o também ex-prefeito Gilson Menezes (PSB), que morreu em fevereiro após complicações de doenças nos rins. Rival de Zé Augusto, o socialista também não conseguiu bancar, ainda em vida, herdeiro político.
 




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