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Dólar barato traz importados de volta à mesa do consumidor
Hugo Cilo
Do Diário do Grande ABC
25/12/2005 | 09:11
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Quem em dezembro passado substituiu a castanha pelo amendoim e o champagne importado pela sidra nacional conseguiu neste ano ousar um pouco mais na escolha dos artigos das ceias de final de ano. Esses dois produtos - ausentes das mesas de muitas famílias em função do preço - voltaram a figurar como vedetes das prateleiras dos supermercados.

Não é à toa. A desvalorização do dólar frente ao real derrubou preços de mercadorias estrangeiras. Vinhos chilenos, argentinos e franceses são exemplos de produtos que voltaram com força às gôndolas neste ano. O mesmo acontece com bacalhau, frutas secas, embutidos, panetones e frutas de época.

Diante desse cenário, o consumidor se mostra receptivo. Em todos os segmentos importados as vendas cresceram nas últimas duas semanas, segundo as principais redes supermercadistas do país. Os eletrônicos lideram, mas têm logo atrás as cestas de Natal e as frutas secas.

Se o barateamento dos importados seduz consumidores do Grande ABC na melhor data do ano para o comércio, também contribui para a redução dos valores dos nacionais, que não querem perder mercado nesta época. "Se levamos em conta a inflação do período, é fácil notar que houve queda de preço em muitas coisas e estabilidade em outras, o que já é motivo de comemoração, tanto pelos consumidores quanto para nós, que vendemos mais", explica o diretor do Carrefour Santo André, Jason Lima Filho.

Segundo ele, o maior acesso aos importados já mostra resultados dentro das lojas. "Nossos supermercados estão lotados. Depois que os trabalhadores receberam a segunda parcela do 13º, no último dia 20, a situação ficou muito boa. Está claro que muita gente decidiu usar a primeira parcela do abono para pagamento de dívidas e a segunda para fazer compras", diz o diretor.

Os supermercados também apostam forte nas vendas de bebidas destiladas, a exemplo dos vinhos e champanhes. Vodcas e uísques estão mais baratos. "Uma garrafa de uísque de marca tradicional custava, em média, R$ 69 no fim do ano passado. Hoje, o valor não passa de R$ 57", completa Lima.

Ainda entre as vedetes dos supermercados nesse Natal está o pernil suíno. A carne de porco teve a produção aumentada neste ano em decorrência de problemas com as carnes bovinas e de frangos - febre aftosa e gripe aviária (que prejudicou as exportações), respectivamente - e precisam ser vendidas rapidamente, segundo o gerente de Alimentos do Sonda, João Carlos de Souza. "Aquilo que é perecível deve começar a ficar mais barato a partir desta semana. Encalhe, nesse caso, é sinônimo de prejuízos."




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