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Rapaz é seqüestrado por causa de game
Artur Rodrigues
Do Diário do Grande ABC
18/07/2007 | 07:00
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Uma quadrilha de hackers especializada em roubar e negociar contas de usuários de games online expandiu os limites do mundo virtual e seqüestrou um famoso jogador, morador de São Caetano.

O objetivo era conseguir a senha do programador de computador César Eduardo Alves, 27 anos, o DuduMagik. Três rapazes e uma moça, todos de classe média, foram presos nesta terça pela Polícia Civil de São Bernardo acusados do crime, cometido em 19 de maio. A senha dá acesso ao score ou pontuação conquistado pelo competidor, neste caso ao longo de anos.

Segundo o delegado Fabiano Fonseca Barbeiro, uma conta como a do jogador seqüestrado poderia ser negociada por R$ 10 mil. O valor de senhas normais varia de R$ 800 a R$ 3 mil.

GAROTA COMO ISCA

Membros da quadrilha, que se autodenominava La Firma, usaram uma integrante do grupo, a estudante Tamiris Rodrigues Vieira, 19 anos, para atrair DuduMagik.

Por meio de um bate-papo online, ela marcou um encontro com a vítima em um ponto de ônibus, alegando que nunca conhecera um jogador do nível dele. No lugar da garota, quem apareceu foi o namorado dela, o professor Igor da Silva Cavallo, 27.

Armado, Igor levou DuduMagik até uma lan house. Tamiris, pelo telefone, monitorava a operação, concretizada em uma segunda lan house. A ação durou seis horas.

Antes de procurar a polícia, a vítima recuperou sua conta, por meio de seus conhecimentos em informática. O mesmo grupo de criminosos, que o ameaçava constantemente, havia roubado ou tentado roubar a conta dele outras 23 vezes.

O jogo que motivou o crime é o GunBound . DuduMagik chegou a ser o primeiro do mundo no game.

Ilegalmente, contas de usuários no topo do ranking são negociadas pela internet. Esse era o ramo da La Firma. Pela web, eles invadiam computadores, roubavam senhas e ‘saqueavam’ as pontuações dos jogadores.

O grupo seria chefiado pelo web designer Alex Sander Kaiser Pereira, 27 anos, e pelo autônomo Anderson Faquini, 19. Os dois veiculavam nos site You Tube vídeos exaltando a La Firma. As imagens mostravam armas e dinheiro. Fotos de DuduMagik e de sua namorada também apareciam. Todos os presos também seriam jogadores compulsivos do GunBound.

A polícia aponta pelo menos 4 mil fraudes contra usuários do jogo. Estima-se que 10% dos crimes foram cometidos pela La Firma. Os golpes teriam rendido entre R$ 100 mil e R$ 300 mil. É investigada a participação de alguns funcionários da empresa OnGame Cash, dona game no Brasil.



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