Política Titulo Mauá
Atila segura nomeações em busca de votos para se salvar

Prefeito segue sem secretários em meio à tentativa de apoio para evitar cassação

Por Júnior Carvalho
Raphael Rocha
do dgabc.com.br
22/02/2019 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Passados cinco dias depois que reassumiu o Paço de Mauá, o prefeito Atila Jacomussi (PSB) segue praticamente sem equipe de secretariado. O Diário apurou que a demora para nomear o time no primeiro escalão se dá, dentre outros motivos, em decorrência do movimento que o socialista tem feito para se salvar nos dois processos de impeachment que tramitam na Câmara.

O objetivo seria formar a equipe de acordo com as negociações por apoio no Legislativo. Paralelamente a isso, as instabilidades causadas por conta das duas prisões e a consequente troca na chefia do Executivo também têm dificultado a montagem do novo governo.

Em entrevista ao Diário, há uma semana, horas depois de deixar a penitenciária de Tremembé, Atila disse que não buscaria barrar as denúncias na Justiça e avisou que iria buscar vencer no voto, em plenário.

Na sessão de terça-feira, por 21 votos a dois, a Câmara aprovou o prosseguimento de um dos processos de impeachment, o que trata de suposta vacância do cargo em decorrência da prisão do socialista. Antes da votação, aliados do chefe do Executivo admitiam que a continuidade da denúncia iria passar, mas acreditavam que o governo reverterá o jogo ao fim do processo, quando a cassação em si será apreciada.

Com a saída da vice-prefeita Alaíde Damo (MDB), então prefeita interina, boa parte dos secretários se antecipou ao retorno de Atila e pediu demissão. Ficaram apenas dois: Valtemir Pereira (Finanças) e Silvia Prin Grecco (Promoção Social). Por outro lado, o prefeito apenas nomeou o antigo aliado Paulo Sérgio Pereira (PRP) como superintendente da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) e Marcos Maluf para chefiar a pasta de Administração. Ontem, designou Maluf para comandar interinamente o setor de Transportes.

Áreas consideradas essenciais, saúde e educação têm sido tocadas provisoriamente pelas secretárias adjuntas: Thais Miana e Scarlett Angelotti, respectivamente.

Diferentemente do que fez quando retornou da primeira prisão, em setembro, Atila não nomeou oficialmente antigos aliados, como Israel Aleixo, o Bell, e Márcio de Souza (ambos do PSB). O primeiro já foi superintendente da Sama e secretário de Governo, enquanto que o segundo comandou a Cultura e foi chefe de Gabinete.

MANOBRA
Ao mesmo tempo em que Atila segura as nomeações de secretários, a defesa do prefeito também manobra em outra frente. Em suas alegações a uma das comissões do impeachment, o prefeito arrolou como testemunhas de defesa três vereadores – Fernando Rubinelli (PDT), Adelto Cachorrão e Chiquinho do Zaíra (ambos do Avante). A estratégia, acreditam parlamentares, seria de transformar esses vereadores em interessados no processo, o que poderia tirá-los da votação do relatório final.

Atila precisa de oito votos favoráveis para se salvar do impeachment. O prefeito só perderia o mandato se dois terços da casa, ou seja, 16 dos 23 vereadores, votassem pela cassação. 




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