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PF indicia Atila, Gaspar e vereadores por corrupção

Prefeito de Mauá é acusado de receber propina de empresas e pagar Mensalinho a parlamentares

Júnior Carvalho
do dgabc.com.br
08/01/2019 | 07:00
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A PF (Polícia Federal) indiciou o prefeito afastado de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), o ex-secretário João Gaspar (PCdoB, Governo), ambos presos, e 21 dos 23 vereadores, além de um suplente, por corrupção ativa, passiva e participação em organização criminosa.

Na lista dos indiciados está praticamente toda a composição dos parlamentares em exercício, incluindo o próprio presidente da Casa, Vanderley Cavalcante da Silva, o Neycar (SD). São eles: Adelto Cachorrão (Avante); Admir Jacomussi (PRP), pai de Atila; Cincinato Freire (PDT); Fernando Rubinelli (PDT); Chiquinho do Zaíra (Avante); Gil Miranda (PRB); Tchacabum (PRP); Jotão (PSDB); Pastor José (PSDB); Melão (PPS); Manoel Lopes (DEM); Ivan (Avante); Irmão Ozelito (SD); Ricardinho da Enfermagem (PTB); Professor Betinho (DC); Betinho Dragões (PR); Samuel Enfermeiro (PSB); Severino do MSTU (Pros); Sinvaldo Carteiro (DC) e Bodinho (PRP). Também foi arrolado o hoje suplente de vereador Jair da Farmácia (MDB), que exerceu mandato até novembro.

Atila é acusado de liderar organização criminosa na qual ele seria o principal beneficiário de propinas supostamente pagas por empresas prestadoras de serviço do Paço. Segundo as investigações, os processos licitatórios de vários setores, principalmente de fornecimento de uniforme, material e merenda escolares, eram superfaturados. Os recursos supostamente desviados dos cofres públicos também servia para custear um Mensalinho aos vereadores em troca de apoio político na Câmara.

Braço direito de Atila, Gaspar é apontado como intermediador entre as empresas e os agentes políticos. Tanto ele quanto Atila voltaram a ser presos no dia 13 de dezembro – estão detidos no presídio de Tremembé (Interior). A prisão – segunda da dupla – ocorreu porque a PF afirmou que havia “novos elementos” que comprovam o esquema, por meio de anotações apreendidas na casa de Gaspar ainda quando a dupla foi detida pela primeira vez, em maio.

Na ocasião em que Atila e Gaspar foram presos, a polícia pediu o afastamento em massa dos vereadores investigados. A Justiça, porém, negou, sob o argumento de que isso causaria caos político à cidade. Esses parlamentares, entretanto, foram à sede da PF prestar esclarecimentos. De lá para cá, vereadores, inclusive aliados de primeira hora de Atila, têm tentado se esquivar das acusações em busca de que as suspeitas que pairavam sobre o Paço de Mauá não contaminem o Legislativo mauaense. Tanto que convocaram sessão extraordinária para o dia 16, às 10h, para votar os pedidos de impeachment do prefeito. O indiciamento dos vereadores ocorre às vésperas de eles próprios decidirem em plenário se abrem processo de cassação escorados justamente nas acusações que também os incriminam.

Por meio de nota, a defesa de Atila, chefiada por Daniel Bialski, afirmou que o indiciamento “é baseado em sofismas e presunções sem qualquer amparo em provas cabais que possam mostrar envolvimento do prefeito”. “Ao menos agora esperamos que na Justiça se possa exercer o direito de defesa e contestar os equívocos e abusos ocorridos na investigação. Ademais, não se pode esquecer que nem polícia nem a Justiça Federal tinham e têm competência para investigar, examinar e julgar a causa . Aliás, a própria Procuradoria da República contestou a incompetência jurisdicional”. No dia da prisão, a Câmara negou as acusações e se colocou “à disposição da Justiça”.  




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