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Papa substitui o líder da Igreja italiana
Da AFP
07/03/2007 | 10:33
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O Papa Bento XVI nomeou nesta quarta-feira como novo presidente da Conferência Episcopal italiana o cardeal Angelo Bagnasco, 64 anos, que substitui o cardeal ultraconservador Camilo Ruini, 76 anos, criticado por seu ativismo político.

O último completou o limite da idade para exercer o cargo. Ruini, que esteve no comando da Igreja italiana por 16 anos, dirigiu com mão-de-ferro uma das comunidades católicas mais influentes da Europa Ocidental.

O novo presidente da CEI (Conferência Episcopal Italiana) é um religioso ligado a Ruini e, como ele, defende a intervenção da Igreja local nos assuntos políticos para salvaguardar princípios-chave como a família tradicional.

Bagnasco se opõe à legalização dos casais de fato tanto hetero como homossexuais, um projeto de lei que provocou tensões entre o governo de centro-esquerda liderado por Romano Prodi e o Vaticano.

O cardeal Ruini, que superou há um ano a idade de aposentadoria, manterá o título de Vigário de Roma até que o Papa decida o nome de seu sucessor. Estas são consideradas mudanças estratégicas dentro da Igreja italiana, cujo papel na vida nacional é muito ativo.

A ofensiva de Igreja local e do Vaticano contra o projeto de lei para o reconhecimento jurídico dos casais de fato irritou os setores laicos da sociedade que criticaram a interferência da Santa Sé nos assuntos nacionais.

Sob a presidência de Ruini, a Igreja italiana quis preencher o vazio deixado pelo desaparecimento da Democracia Cristã depois dos escândalos de corrupção no início dos anos 90.

O ativismo político da Igreja italiana é considerado um fator de divisão na Itália por muitos observadores. O novo líder da Igreja italiana, que deverá completar a era Ruini, também é um prelado ligado ao secretário de Estado Tarcisio Bertone, a quem sucedeu no arcebispado de Gênova.

Nascido em 1943 perto de Brescia, norte da Itália, em plena Segunda Guerra Mundial, Bagnasco é formado em filosofia, docente de metafísica e ateísmo contemporâneo na Faculdade Teológica da Itália/

Considerado um homem culto, suas declarações e atitudes ao longo da carreira eclesiástica o identificam com a linha conservadora de Ruini.




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