Política Titulo Fraude no INSS
Justiça decreta prisão preventiva de Elian Santana

Parlamentar de Santo André ficará detida por tempo indeterminado

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
06/12/2018 | 07:00
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A juíza Ana Lúcia Iucker Meirelles de Oliveira, da 3ª Vara de São Bernardo, acatou pedido do MPF (Ministério Público Federal) e decretou ontem a prisão preventiva da vereadora Elian Santana (SD), de Santo André, alvo da Operação Barbour, acusada de envolvimento em esquema fraudulento no sistema do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Com a decisão judicial, a parlamentar ficará detida por tempo indeterminado, assim como os outros dois investigados no caso, deflagrado no dia 26.

Elian está presa desde então na carceragem da PF (Polícia Federal), no bairro da Lapa, em São Paulo. O prazo da temporária se encerrava hoje, após na sexta-feira a prisão ter sido prorrogada por mais cinco dias, que ocorre durante inquérito policial. Não seria mais possível, portanto, nova dilatação do período. A determinação de Ana Lúcia abrange ainda Vitor Mendonça de Souza, servidor da agência do INSS em Diadema e apontado na averiguação na função de responsável pela aprovação das aposentadorias ilegais, e Adair Assah, tido como intermediário do esquema.

Por outro lado, no caso de Lucilene Aparecida Ferreira França, chefe de Gabinete de Elian na Câmara, a juíza optou por aplicar medidas cautelares em vez da preventiva. Foram impostas restrições de liberdade à servidora, a exemplo de tornozeleira eletrônica para monitoramento remoto. A informação apurada pelo Diário é que a PF teria solicitado esse procedimento por motivos humanitários, tendo em vista que a mãe da funcionária estaria com doença grave.

De acordo com as averiguações, o grupo negociava aposentadorias especiais, sob alegação de trabalho insalubre. Algumas delas eram deferidas em quatro minutos. As provas recolhidas nos mandados de busca e apreensão continuam em análise – foram retidos dois HDs e um DVD, instalados em máquinas do gabinete parlamentar. Na representação consta que Lucilene teria recebido valores mensais pela “ajuda” a Adair para atuar no atendimento das pessoas que procuravam a intermediação do gabinete de Elian com interesses previdenciários.

Adair, de acordo com a investigação, era quem realizava os pagamentos. Integram ainda no inquérito dados de depósito em dinheiro no valor de R$ 8.000 em sua conta, pela prestação de serviços junto a funcionários do Banco do Brasil. A apreensão de R$ 42 mil em dinheiro na residência de Vitor, sem justificativa da origem, deve se constituir em indício do recebimento de valores sem comprovação ou declaração às autoridades competentes.  




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