Com reviravolta diante de um resultado surpreendente, definido momentos antes, o vereador de São Caetano Sidnei Bezerra da Silva, o Sidão da Padaria (PSB), foi eleito ontem por ampla maioria (11 votos favoráveis dos 12 possíveis) para comandar o Legislativo no biênio 2011-2012. Novamente o prefeito José Auricchio Júnior (PTB) mostrou força, conseguindo emplacar seu time na mesa diretora - Flávio Rstom (PTB) como vice-presidente, Maurício Fernandes (PSB) com a 1ª secretaria e Paulo Pinheiro (PTB) para a 2ª secretaria - e, de quebra, afastou a chance de dar armas a eventuais adversários para as eleições municipais de 2012.

Devido ao peso da indicação, Auricchio contribuiu para derrubar a hegemonia histórica petebista no poder máximo da Câmara que se arrastava desde 2001. Apesar da votação expressiva, nos corredores, alguns vereadores reclamaram da atitude do governo de tomar a decisão sem ao menos consultar a Casa.

No terceiro mandato, Sidão, 48 anos, revelou o espanto saudável em receber a indicação. "Foi realmente surpresa, inclusive pela quantidade de votos. Prosperou na parte da manhã de hoje (ontem), mas é um trabalho harmônico de dez anos de mandato, sem rejeição, que houve consenso com a articulação do governo. Isso sem contar que o PSB mostra sua força com dois nomes na mesa", disse o socialista.

O vereador Fábio Palácio defendeu o voto dizendo que o cenário não se deu da noite para o dia. "Foi processo de confiança e construção. Não é uma situação de horas ou poucos dias atrás. O Sidão é o nome certo para manter a tranquilidade no Legislativo."

Único a se colocar contra a chapa governista, o petista Edgar Nóbrega demonstrou enorme descontentamento com a forma com que as conjecturas foram arquitetadas. "O PT não é o partido do ‘sim, senhor'. O Executivo deveria apresentar argumentos em torno do escolhido, não nos falar de decisão com três horas de antecedência ao pleito. Sem diálogo, compromisso, projeto, não dá para engolir", avaliou o oposicionista, único a apresentar candidatura para confrontar com a de situação.

O petista, que perdeu o posto de 1º secretário e ainda queixou-se da falta de iniciativa do atual presidente da Casa, Gérsio Sartori (PTB). "Lamento ao Gérsio abrir mão da reeleição. Existe a questão de autonomia entre os poderes. Envolve o respeito de expor opinião diferente em determinadas situações. Ninguém está acima do bem e do mal."

Sartori, por sua vez, rechaçou que tenha buscado a reeleição. "Não pedi voto para ninguém. Não me sinto derrotado", resumiu Edgar.

Mesmo votando em conformidade com os demais colegas, Gilberto Costa (PP) disse que sua preferência seria pela proporcionalidade dos partidos na Casa. "Votei a favor da chapa em consenso com os vereadores, não pelo prefeito. Continuo contrário ao estilo de gestão, sem conversa, com único desejo de atender o prefeito, que ainda manda tropa de choque com mais de dez pessoas da Prefeitura para fiscalizar o voto, impondo goela abaixo a definição."