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Penhor é a forma mais fácil de levantar dinheiro rápido
Por Fernando Bortolin
Do Diário do Grande ABC
01/02/2006 | 07:55
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Cheque especial e cartão de crédito são caros e devem ser evitados, crédito consignado chegou à exaustão, além de reduzir a margem de manobra do seu orçamento doméstico; e empréstimo pessoal, com prazos longos demais, tornam sua vida uma roda de pagar juros. Se todas essas opções não interessam para ajudar a equilibrar seu orçamento, resta o velho e tradicional penhor, fórmula encontrada por grande parte de brasileiros para aqueles gastos emergenciais.

Balanço da CAIXA mostra que em 2004 a carteira de crédito empenhada em empréstimos concedidos via penhor somou R$ 610 milhões, montante que subiu 23% em 2005, para R$ 754 milhões, ante uma perspectiva de expansão de mais 20% neste ano, com o valor chegando aos R$ 905 milhões.

A CAIXA informa que dispõe de até R$ 5,5 bilhões para aplicar no penhor este ano, o suficiente para atender 10 milhões de contratos, ante os 8 milhões efetivados entre janeiro e dezembro do ano passado.

O penhor se difere das formas de crédito relacionadas acima por vários quesitos, entre os quais a não exigência de avalista, nem cadastro. Basta apenas ter CIC, RG, comprovante de residência e o bem que será alvo de avaliação para posterior liberação do empréstimo – limitado a 80% do valor. Vale lembrar que o bem é a garantia do empréstimo. Os juros cobrados também são mais competitivos que a média: entre 2% e 3,25% ao mês.

Detalhe, para quem pensa que pode penhorar apenas jóias ou pedras preciosas, engana-se: vale filmadora, videocassete, aparelhos de informática e até televisores.

Quem faz – Pesquisa da CAIXA mostra que 70% das pessoas que fazem o penhor usam os recursos para o pagamento de dívidas, sendo que 74% do universo de usuários é constituído por mulheres, das quais, 55% na faixa etária entre 35 e 50 anos. A renda média de 51% dos contratantes varia entre cinco e 20 salários mínimos e 33% têm negócio próprio. A fidelidade ao penhor é grande. Segundo a pesquisa, 78% das pessoas que usam o penhor já o fizeram mais de uma vez.

Riscos – Entre os riscos do penhor está o valor da avaliação do bem, que nem sempre corresponde à expectativa. As tarifas cobradas pela CAIXA ajudam a comer boa parte do dinheiro a ser liberado. O ideal é não renovar a operação, mas resgatar o bem. Em caso de renovações sucessivas, chega-se a receber três vezes menos, por força dos juros e taxas cobradas. Há quem se arrisca e deixa o bem ir à leilão, tentando resgatá-lo via lance, mas essa hipótese se transforma em loteria. Lembre-se que bens novos sempre conseguem melhor avaliação, mas como todo empréstimo, o penhor deve ser pensado e muito bem analisado.

O que é
Empréstimo para pessoa física cujo valor é liberado mediante a garantia de um bem na forma de penhor.

O que pode ser penhorado
Jóias, pedras preciosas, pratarias, equipamentos de informática, máquinas fotográficas, instrumentos musicais, filmadoras, videocassetes.

Quem faz
A Caixa Econômica Federal

Como proceder
1 – Procure uma agência da Caixa em sua cidade. Não é preciso ser correntista;
2 – Apresente os documentos originais de identidade (RG), CPF e um comprovante de residência.

O financiamento
Os empréstimos se dividem em duas faixas:
Faixa I – até R$ 300, limitado a 80% do valor de avaliação.
Os juros cobrados são de 2,60% são menores que na Faixa II;

Faixa II – acima de R$ 300, limitado a 80% do valor de avaliação. Aqui, os juros são de 3,25%

* O limite mínimo de empréstimo é de R$ 50 e o máximo, de R$ 50 mil.

Prazos Podem ser feitos empréstimos por 30, 60, 90 dias e 120 dias.

Encargos
1 – O juro é aplicado sobre o valor emprestado no ato da contratação;
2 – A Caixa abre um seguro de vida, cujo valor é calculado sobre o valor do empréstimo, exigido no ato da contratação ou na renovação;
3 – A Caixa cobra uma taxa chamada Tarc (Tarifa de Abertura e Renovação do Crédito) no ato da concessão do empréstimo;
4 – Atenção, é cobrado IOF (Imposto sobre Operação Financeira).

Como reaver o bem
1 – A amortização é em parcela única;
2 – No pagamento da dívida, há a devolução do bem penhorado;
3 – A falta de pagamento acarreta a perda do bem, com o mesmo seguindo para leilão. A Caixa faz isso para poder reaver o empréstimo feito.

Não quero reaver, mas renovar
A Caixa permite essa possibilidade, mas as renovações podem ser feitas em valor menor ou maior, sempre resguardado o limite de 80% do valor de avaliação.




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