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MA be MA é inspirado em artes plásticas
Por Cristie Buchdid
Do Diário do Grande ABC
31/08/2010 | 07:05
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Divulgação


A sinergia perfeita entre dois universos culturais: a dança e as artes plásticas. Cada uma das manifestações empresta suas cores, formas e movimentos, resultando no espetáculo de dança contemporânea MA be MA, que conta com o talento de dois bailarinos do Grande ABC no elenco.

A montagem da Divina Companhia, que estreou neste mês no Sesc Ipiranga, abrirá amanhã a segunda edição do projeto Plataforma Estado da Dança, no Teatro de Dança, em São Paulo. A programação, a ser realizada em três espaços, vai até o dia 12. MA be MA ainda será apresentado em curta temporada, do dia 10 ao 19, de sexta-feira a domingo, no Teatro Cacilda Becker, em São Paulo.

Na concepção do espetáculo, o encontro histórico de dois japoneses que têm histórias semelhantes: ambos deixaram a terra natal para construir seus trabalhos em outros países, onde tiveram reconhecimento. O bailarino Tadashi Endo, que mora na Alemanha, assina direção e coreografia. O artista plástico Manabu Mabe, falecido em 1997, serve como fonte de inspiração. "MA be MA é baseado na obra de Mabe e também nas impressões que Endo teve de sua personalidade, a partir de informações transmitidas pela família", revela o diretor de produção Pedro de Freitas, que já se apresentou no Grande ABC. A empatia de Endo com o saudoso Mabe foi tamanha que ele chegou a revelar que poderiam ser grandes amigos.

Várias obras abstratas de Mabe dão colorido especial ao serem projetadas no chão e na parede de fundo. Vermelho é a cor predominante. "Assim como Tadashi pensou em mergulhar nos movimentos das telas, as imagens também estão em movimento", explica Freitas. Os corpos dos bailarinos são recebem a projeção das imagens, como se interpretassem o papel de telas.

O elenco, formado especialmente para o espetáculo, soma 11 dançarinos, entre homens e mulheres, com diferentes formações. Alguns são bailarinos, outros atores, mas todos com a missão de dançar e transmitir ao público a intensidade das cores e dos movimentos das pinturas. Entre os talentos, dois do Grande ABC: Jimmy Wong e Diogo Cardoso.

As cenas coreografadas fora criadas a partir do processo de improvisação. A estética preza pelo mínimo de movimentos, para transparecer expressão dos sentimentos e sua intensidade. "Às vezes, a partir de uma obra de Mabe, às vezes a partir de uma música. O espetáculo tem como ponto de partida a filosofia butoh, uma dança japonesa com proposta de vanguarda. Endo é discípulo do Kazuo Ohno, precursor do butoh", diz Freitas, revelando também uma curiosidade de bastidor: "No meio do processo, descobriram que uma das músicas favoritas de Mabe era Besame Mucho". O resultado é surpreendente: a faixa, então, foi escolhida para dar sonoridade a uma das principais cenas. "Tivemos acesso à informação porque a família de Mabe nos apoiou muito", completa Freitas. A trilha sonora é mais do que eclética: tem ainda a ópera Carmen, de Georges Bizet, hits de Michael Jackson e composição exclusiva assinada por Daniel Maia.

Para os curiosos, o nome do espetáculo é uma brincadeira com a palavra japonesa MA, cuja tradução é espaço entre as coisas. O título reúne o nome MABE e o verbo to be, em inglês, que significa ser, estar.

MA be MA - Dança. No TD - Teatro de Dança - Avenida Ipiranga, 344, Subsolo, Edifício Itália, São Paulo. Tel.: 2189-2555. Amanhã, às 21h. Ingr.: R$ 4,00 e R$ 2,00 (meia).
No Teatro Cacilda Becker - Rua Tito, 295, Vila Romana, São Paulo. Tel.: 3864-4513. Do dia 10 ao 19, sextas-feiras e sábados, às 21h, domingos, às 19h. Ingr.: R$ 10 e R$ 5.




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