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Prefeitura de S.Caetano atrasa abono e educadores protestam

Paço confirma que deixou de quitar última parcela do benefício; convênio também atrasa

Junior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
27/12/2016 | 07:00
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A Prefeitura de São Caetano atrasou o pagamento do abono dos servidores da Educação, o que gerou protestos dos funcionários em frente à residência do prefeito Paulo Pinheiro (PMDB), no bairro Santo Antônio. O benefício era para ser quitado na segunda-feira. A administração garante que o dinheiro estará na conta até amanhã, mas apenas aos registrados na rede municipal.

Servidora da área da Educação, que pediu anonimato com medo de represálias, explicou que a Prefeitura deve duas das dez parcelas do abono. A administração contesta e diz que apenas o repasse referente ao mês de dezembro ainda não foi pago. “Eu me senti desvalorizada, que todo o meu trabalho durante o ano foi por água abaixo. Todos esses meses que nos dedicamos não serviram para nada. Parece que a gente não tem nenhum valor”, lamentou ela, que participou do protesto de ontem. O ato reuniu cerca de 50 pessoas e partiu da Rua Rio Grande do Sul, passou pela Câmara, na Avenida Goiás, pela casa de Pinheiro e encerrou na sede do governo.

Os educadores foram recebidos por assessores do secretário da Fazenda, Jorge Alano Garagorry, que garantiu aos servidores que o dinheiro estará na conta amanhã. “Espero que cumpram o que prometeram”, disse a educadora.

O abono era tido como vitrine do governo de Pinheiro na área da Educação. No pleito de quatro anos atrás, o prefeito usou amplamente o benefício como promessa de campanha, garantindo que o vale seria incorporado aos vencimentos brutos dos educadores, o que não ocorreu. Nos três primeiros anos de governo, Pinheiro congelou os valores do benefício. Em 2014, insatisfeitos com os parâmetros do subsídio, manifestantes chegaram a protestar na Câmara.

Ao todo, cerca de 4.000 funcionários das secretarias de Educação e de Esportes recebem o subsídio, que varia de R$ 750 a R$ 1.000, de acordo com a ocupação, hierarquia do servidor e produtividade. No ano, a Prefeitura desembolsa aproximadamente R$ 20 milhões com o benefício.

Por meio de nota, a Prefeitura prometeu quitar o benefício amanhã e atribuiu o atraso à queda na arrecadação do município. “A Prefeitura dobrou o valor recebido pelos profissionais. Além disso, aumentou uma parcela de abono, que subiu de nove para dez, em atendimento à valorização dos servidores. O atraso ocorreu por problema de fluxo de caixa, gerado pela crise econômica e que atinge todos os municípios do País”, informou o Paço.

CONVÊNIO MÉDICO
O atraso no pagamento do abono dos educadores somou-se a outro problema enfrentado pelo funcionalismo de São Caetano desde a semana passada: o convênio médico dos trabalhadores, da Intermédica, foi suspenso por problemas de quitação do contrato. Servidores e parentes de funcionários da Prefeitura relataram ao Diário terem sido pegos de surpresa com a interrupção do convênio e, inclusive, tiveram de se comprometer a quitar individualmente as dívidas hospitalares por conta da interrupção dos planos de saúde.

Questionado, o governo Pinheiro confirmou que a interrupção se deu por falta de pagamento de duas parcelas, de R$ 1,3 milhão cada, com o Grupo Notredame Intermédica. Porém, o Paço acusou a operadora de violar cláusulas do contrato que, segundo a administração, só permitem a suspensão a partir da terceira parcela em atraso. A administração deve assinar nos próximos dias contrato com a nova operadora, a Green Line. A Intermédica disse que se pronunciará hoje sobre o assunto. 




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