Setecidades Titulo Preocupação ambiental
S.Caetano abandona coleta de lixo eletrônico nas escolas

Iniciativa desenvolvida por professor da rede chegou a recolher mais de uma tonelada de resíduos nocivos ao meio ambiente

Por Victor Hugo Storti
Especial para o Diário
25/12/2016 | 07:00
Compartilhar notícia
Marina Brandão/DAGBC


Projeto voltado a coleta e destinação adequada de resíduos eletrônicos e que funcionava em sete escolas municipais de São Caetano deixou de existir. A ação, iniciada em junho de 2015, e que chegou a coletar mais de uma tonelada de materiais como pilhas, baterias, toners e cartuchos, esbarrou na falta de acordo entre o DAE (Departamento de Água e Esgoto) e a empresa responsável pelo recebimento dos itens, a Loop Logística Reversa.

Idealizador da ação educativa, o educador Armando Pereira ressalta que o projeto teve início na Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio) Arquiteto Oscar Niemeyer, onde foram coletados mais de 860 quilos de lixo eletrônico nas três primeiras coletas. O processo é responsável pela geração de economia de 372 mil litros de água, além de evitar a emissão de cinco toneladas de gás carbônico para a atmosfera, explica o professor. 

De acordo com a iniciativa, as outras unidades de ensino participantes – EME (Escola Municipal de Ensino) Professor Vicente Bastos, Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Bartolomeu Bueno da Silva, Ângelo Raphael Pellegrino, Rosalvito Cobra, Senador Fláquer e o Centro Digital – funcionavam como ponto de descarte de lixo eletrônico, abertas à comunidade diariamente. “As pessoas ainda não sabem o mal que o descarte incorreto desses produtos causa para o meio ambiente e para nós. Não gostaria que (a ação) tivesse acabado. Afinal, como a população vai fazer para descartar esse tipo de produto?”, questiona Pereira.

A perda pedagógica também é destacada pelo professor. “Havia o envolvimento dos alunos. Nós (educadores) relacionávamos algum tema com a questão do lixo eletrônico e tinha seminário para apresentar, além de palestras”, disse.

A derrocada do programa ambiental, até então realizado em caráter independente, teve início ainda no primeiro semestre, justamente quando a iniciativa ganhava adesão da comunidade. A ideia foi apresentada à Secretaria de Educação e houve interesse do DAE em ampliar o projeto, considerado “pequeno”, conforme Pereira. “A última resposta que tive deles (governo) é que o projeto era muito pequeno e que eles queriam algo maior”, afirmou.

Já o DAE reconheceu, por meio de nota, que a ação começou a partir de acordo entre a empresa Loop Logística Reversa e as escolas, sem a participação da autarquia. No entanto, a parceria acabou, conforme o órgão municipal, porque a iniciativa privada tinha a intenção de cobrar montante da Prefeitura pelos resíduos coletados.

A equipe do Diário contatou representante da Loop Logística Reversa, na época responsável pelo projeto. O profissional, que preferiu não ser identificado, confirmou a inviabilidade de ampliar a ação sem que houvesse contrapartida financeira por parte da Prefeitura, no entanto, destacou que foi ofertada opção de acordo a partir da exploração publicitária das caixas que coletariam os resíduos, o que foi negado pela administração.

Para Pereira, fica a tristeza de ver trabalho ambiental sendo abandonado. O DAE, por sua vez, orienta que os munícipes realizem a chamada logística reversa, prevista em lei. A ação determina que os resíduos eletrônicos sejam devolvidos nos locais de compra.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;