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Divisao de Saúde investiga aumento de casos de meningite
Do Diário do Grande ABC
11/03/2000 | 13:05
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Os técnicos da Divisao Regional de Saúde (Dir-12) de Campinas estao investigando a possibilidade do aumento no número de casos de meningite viral no município estar relacionado com a vacinaçao em massa da febre amarela, que foi suspensa sexta-feira em todo o estado de Sao Paulo. Os números ainda nao sao definitivos, mas a Vigilância Epidemiológica detectou só nesses dois primeiros meses do ano cerca de 20 por cento de casos a mais da doença nos 42 municípios da regiao, em comparaçao ao mesmo período do ano passado.

Foram notificados 80 casos de meningite viral este ano. O levantamento indica que 25 pessoas que contraíram a doença haviam tomado a vacina contra a febre amarela em média três semanas antes. A DIR-12 quer apurar se há ligaçao entre a vacina e o avanço do número de casos de meningite viral, cujo os sintomas sao febre alta, dor de cabeça, rigidez na nuca e vômito. A doença é mais comum entre as crianças e adolescentes.

Um lote de mil vacinas foi enviado para o laboratório Biomanguinhos, da Fundaçao Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio, que é responsável pela produçao das doses. O resultado das análises só sai dentro de 30 dias. "As vacinas sao produzidas com vírus vivos enfraquecidos e sempre há riscos, apesar da possibilidade ser bastante pequena, da toxicidade viral ter ficado acima do normal", disse o diretor da DIR, Marcelo de Queiroz Ramos.

Suspensa - A vacinaçao em massa foi suspensa depois de ficar comprovado que a jovem Katy Cristina Ramos, de 22 anos, morreu 12 dias após ter sido imunizada contra a doença. Ela morava no município de Americana, na regiao de Campinas, onde foram aplicadas cerca de 2 milhoes de doses. As secretarias municipais das duas cidades decidiram suspender a vacinaçao em todas as unidades de saúde, inclusive para quem for viajar para as regioes consideradas endêmicas.

Os técnicos encaminharam para o laboratório da Fiocruz doses de vários lotes da vacina que foram aplicados na regiao para análises. O objetivo é de esclarecer o que provocou a reaçao na paciente, que durante cinco dias ficou internada no Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "Somente depois, com margem bastante segura, voltarao a aplicar a vacina", disse o secretário de Saúde de Campinas, Igor Del Guércio.

O Ministério da Saúde decidiu iniciar a campanha de vacinaçao em massa justamente pela regiao, pois Campinas havia registrado um caso de febre amarela silvestre em janeiro, que foi "importado" por um estudante de 22 anos, que esteve na Chapada dos Veadeiros, em Goiás.




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