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Recorde mundial de João do Pulo no salto triplo completa 30 anos
Por Kati Dias
Do Diário do Grande ABC
Com Agências
15/10/2005 | 08:57
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Há trinta anos o atletismo brasileiro entrou para a história do esporte mundial com o recorde conquistado por João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, no salto triplo. Dia 15 de outubro de 1975, o triplista foi para a caixa de saltos em busca do bronze dos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México, mas saiu de lá com o ouro e estabeleceu nova marca para o salto triplo: 17,89m. O recorde demorou nove anos, oito meses e um dia para ser batido pelo norte-americano Willie Banks, em Indianápolis (EUA), que saltou 17,97m. O atual recordista da prova é o britânico Jonathan Edwards, com 18,29m. Entretanto, nenhum saltador sul-americano conseguiu batê-la ainda.

Recordes mundiais geralmente são superados em centímetros ou centésimos de segundo. Mas a marca anterior a do João do Pulo era do soviético Viktor Saneyev, com 17,44m, em 1972. Ou seja, 45 centímetros a menos que o salto do brasileiro. João do Pulo ainda teve outras chances de bater seu próprio recorde. Nas duas oportunidades, os saltos foram anulados pela arbitragem. Na Olimpíada de Moscou (1980), teve um salto anulado pela organização na qual alegou que o atleta tinha tocado com os dois pés no chão em sua segunda passada. No mesmo ano, no meeting da Bratislava – atual República Checa – teve a tentativa cancelada pelo mesmo motivo.

Em 1981, um acidente de carro pôs fim à carreira de João do Pulo, considerado um dos principais triplistas brasileiros ao lado de Adhemar Ferreira da Silva (com dois ouros olímpicos), e Nelson Prudêncio (com duas medalhas em Jogos Olímpicos, uma prata e um bronze). No dia 22 de dezembro, ao voltar da formatura de alguns amigos em Campinas, seu carro se chocou com o do operário João Mariano da Silva, no km 87 da via Anhanguera. Menos de um ano depois, teve de amputar a perna direita.

Com a tragédia, João do Pulo teve de mudar de vida. Se formou em Educação Física e investiu na carreira política. Foi eleito deputado estadual por São Paulo em duas ocasiões: 1986 e 1990. Tentou a reeleição em 1994, mas ficou de fora. Os negócios que possuía faliram. Com isso, se entregou à depressão. Depois de vencer a doença, em 1999, pensava em competir na Paraolimpíada de Sydney (2000). Porém, em abril foi internado com broncopneumonia e cirrose hepática. Morreu um mês depois de falência múltipla dos órgãos e infecção generalizada.




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