Não há conclusões suficientes em relação à real eficiência dos jogos de raciocínio e estratégia - como sudoku, cubo mágico, xadrez - para estimular o cérebro. O fato é que qualquer jogo (até videogame) é forma prazerosa e divertida de aprender. "O cérebro entende mais fácil quando o aprendizado está associado ao prazer", afirma a neuropsicóloga Silvia.

O certo é que os números ajudam a desenvolver algumas habilidades cerebrais, como resolver problemas e desafios, segundo Katia Stocco Smole, coordenadora do grupo Mathema, que trabalha na formação e pesquisa na área do ensino da Matemática. Quando há uma situação complicada para chegar a um resultado, as conexões ficam mais fortes. São mobilizadas mais partes do órgão. "Quanto mais se pensa, melhor resolvedor de problemas se torna, e isso vale para várias situações da vida", garante.

Outra vantagem é a interatividade propocionada pelos jogos, segundo o especialista Lino Macedo. "Ensina a obedecer regras sociais e faz a mente trabalhar aspectos importantes do conhecimento, como observar os próprios erros, antecipar jogadas e argumentar."

Para campeão, xadrez ajudou - Antes de começar a treinar xadrez, Guilherme de Oliveira, 13 anos, de Santo André, era ansioso e inseguro. Agora, percebe as mudanças. "Como tem de pensar em estratégias para vencer, analiso melhor as coisas antes de tomar uma decisão", diz o menino, vencedor da última edição dos Jogos Escolares.

Se tocar qualquer peça do tabuleiro, é preciso movê-la, não pode voltar atrás. Também tem de observar bem os movimentos do adversário e fazer cálculos mentais para prever a jogada. "Tento sempre aprender novas aberturas (jogada inicial) para surpreender. Não pode usar sempre a mesma estratégia. É preciso ser criativo."

Paulo Leal, professor de xadrez do garoto, lembra que até a derrota é grande aprendizado. E Guilherme leva as lições assimiladas para fora do tabuleiro. Melhorou na escola, principalmente nas aulas de Matemática, e na solução de problemas. "Tento ir pela lógica."