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'A mulher é mais determinada'
Evandro De Marco
Do Diário do Grande ABC
18/10/2009 | 07:02
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Para aqueles que apostam que a suposta fragilidade feminina atrapalhe o desempenho das mulheres na polícia, o recado da delegada titular da Homicídios da Seccional de São Bernardo, Liane Fernandes Vitiello, é: "Enxergamos o crime de uma maneira profissional, mesmo aqueles que chocam pela violência."

Liane se diz acostumada com sua rotina e garante que não se deixa impressionar pelas cenas que presencia. "Crimes contra crianças e idosos chocam mais porque são indefesos. Mas, geralmente, vou ao local e depois de meia hora não tenho mais lembranças do cheiro, das imagens de sangue e das pessoas chorando. Caso contrário, a gente fica em depressão porque só vê coisa ruim."

A compensação para Liane vem com a solução dos crimes e a prisão do assassino. "O bom é saber quem fez aquilo e o motivo dele." A delegada ainda lembra da vibração de seus comandados quando terminam uma investigação de sucesso. "Uma vez prendemos um policial militar na cidade de Timóteo, em Minas Gerais. Ele tinha cometido uma chacina aqui em São Bernardo. Rastreamos ele pelas mensagens que enviava pelo celular. Deu para ver a alegria dos meus policiais quando o prendemos", relata a delegada, fã de seriados de investigações policiais como Criminal Minds e C.S.I.

A delegada titular da Dise (Delegacia de Investigação Sobre Entorpecentes), Kátia Regina Cristófaro Martins, preferiu se aprofundar no combate ao tráfico de drogas e se empolga ao falar da profissão. "Se pudesse voltar atrás faria tudo de novo."

O dia a dia prendendo traficantes já é rotina para a delegada. "Meu sonho sempre foi trabalhar na Dise. Acho a investigação de entorpecentes mais prática. Quando chega o traficante, geralmente já vem a droga que é a prova material que preciso para fazer o indiciamento."

O trabalho de Carla Nastri Zibellini, chefe dos investigadores da Dise, é a linha de frente do combate ao crime. "Sempre gostei de ir para a rua com as equipes e fazer o trabalho de campo. Me formei em Direito e poderia prestar concurso para delegada, mas já estava muito envolvida com tudo isso."

Acostumada à adrenalina das operações, principalmente em favelas e morros de São Bernardo, Carla lembra da situação mais difícil que enfrentou. "Estava grávida de sete meses e subimos em uma favela para prender um sequestrador. Começou um tiroteio e os colegas tiveram que me ajudar. Depois, voltamos para a delegacia e houve uma reunião onde foi decidido que eu não sairia mais para a rua durante o período de gestação."

A delegada seccional responsável por São Bernardo e São Caetano, Elaine Maria Biasoli Pacheco, aposta na credibilidade para comandar os 630 policiais civis que estão sob sua responsabilidade. "A mulher é mais determinada e a gente tem que se impor. Mas nem os presos nas carceragens nunca me deram problemas."

A atual composição da cúpula da Polícia Civil, segundo Kátia, não foi algo premeditado, mas, sim, feita pelo histórico de cada uma delas. "Foi por pura competência", garante.

 




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