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Fim de acordo automotivo reduzirá negócios, dizem revendas
Por Evando Nogueira
Da Redaçao
13/08/1999 | 22:01
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O encerramento do acordo automotivo - que reduziu impostos e deixou os carros mais baratos -, no fim do de agosto, está fazendo com que as vendas de veículos na regiao apresentem um pequeno crescimento. No entanto, as concessionárias estao preocupadas com o mercado em setembro, uma vez que há uma previsao de reajuste de 4,5% nos preços dos carros populares e de 6,5% a 13% nos modelos médios.

O gerente de vendas da Savol, distribuidora Volkswagen, Mauro Menezes, disse que nos dez primeiros dias de agosto as vendas já superaram o desempenho do mesmo período de junho. "O consumidor está antecipando a compra, pois sabe que os carros ficarao mais caros a partir de setembro." Segundo ele, um aumento de 4,5% nos populares faz muita diferença porque o consumidor desse tipo de veículo deixa de fazer um negócio quando há até pequenas oscilaçoes de preço.

Outra revenda que está registrando aumento das vendas neste mês é a Anchieta, de bandeira General Motors. O gerente de vendas da empresa, Carlos Alberto Capellini, disse que o fim do acordo é o motivo principal para explicar o movimento. "Nós temos de dar desconto para vender. O que está ajudando muito sao os juros promocionais que o banco da montadora está adotando. Isso atrai muito o cliente." Os bancos das quatro maiores montadoras estao adotando promoçoes. Por conta disso, os financiamentos estao sendo responsáveis pela maior parte das vendas.

O gerente geral da Itavema ABC, concessionária Fiat, Paulo de Carvalho, disse que as vendas estao melhores do que em julho, mas os negócios só sao concretizados após desconto. "Por isso é que acho que o mês de setembro será ruim. Os aumentos de preços vao praticamente anular os descontos que estamos concedendo hoje." Segundo ele, a revenda trabalhará neste fim de semana com descontos que chegam a 12%.

O gerente de vendas da Revenda, distribuidora Ford, Paulo Tribuna, afirmou que o volume de negócios nao está apresentando muita diferença entre agosto e julho. Segundo ele, o que mudou mesmo é a maior procura por veículos mais caros. "Estou deixando de vender exclusivamente modelos populares. Cada Ranger que sai, por exemplo, corresponde a cerca de dois Kas. Por isso, o faturamento está o mesmo."

Para amenizar o pessimismo das concessionárias em relaçao ao mês de setembro, a Anfavea (Associaçao Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) está tentando negociar uma renovaçao do acordo com o governo. O presidente da entidade, José Carlos Pinheiro Neto, entretanto, sabe das dificuldades que encontrará, uma vez que já afirmou que "há pouca disposiçao em Brasília para se tratar do assunto".




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