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Financiamento habitacional via SBPE cai a nível recorde
Fernando Bortolin
Do Diário do Grande ABC
26/02/2006 | 08:30
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Os financiamentos habitacionais junto ao SFH (Sistema Financeiro da Habitação) com base em recursos captados junto aos depósitos de caderneta de poupança atingiu em janeiro deste ano o mais baixo volume de liberações desde maio de 2000, início da série apurada pelo Banco Central.

Em janeiro deste ano, foi  contemplado um total de R$ 909 milhões em financiamentos baseados no SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), o que reflete um recuo de 4,91% ante os R$ 956 milhões apurados em dezembro passado e 15,52% abaixo dos R$ 1,076 bilhão repassados em janeiro de 2005.

Vale lembrar que os recursos do SBPE financiam imóveis residenciais novos ou usados, além da aquisição de terrenos e a construção de imóveis comerciais, com valores de financiamento que giram entre R$ 150 mil e R$ 300 mil. A grande vantagem de se obter o crédito habitacional pelo SBPE é que os saldos devedores dos contratos de financiamento, empréstimo, refinanciamento e repasse concedidos pelas instituições participantes são reajustados pela remuneração básica da caderneta de poupança, ou seja, média anual de 6%.

Desinteresse – Em 2000, a demanda pelo financiamento do imóvel através do SBPE chegou a movimentar uma média mensal de R$ 3,469 bilhões, período no qual os repasses totais somaram R$ 27,7 bilhões, subindo para R$ 29,8 bilhões em 2001, mas desde então, a demanda começou a ceder de forma contínua, chegando a 2005 com 12,2 bilhões. Os R$ 909 milhões repassados em janeiro deste ano quando projetados para o ano sinalizam um montante potencial de empréstimos de R$ 10,9 bilhões.

Segundo o Banco Central, quando os bancos captam recursos através da caderneta de poupança – e caso queiram direcionar esses recursos para os financiamentos habitacionais – são obrigados a repassar, para cada R$ 1 captado na poupança R$ 0,65 nos empréstimos da casa própria, sendo que desse R$ 1, outros R$ 0,15 direcionam-se para o Banco Central.

Por força dessa regra, a maior parte dos bancos prefere abrir sua própria carteira de crédito habitacional e, através de recursos próprios, oferecer financiamentos para aquisição do imóvel a seus clientes. Um sinal dessa perda de força junto aos bancos é que em 1988 o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo contava com a participação de 45 instituições financeiras ativas. Em 2005, eram apenas 31 instituições participantes.

Ranking – Na liderança do ranking de repasses de recursos via SBPE está a Caixa Econômica Federal, seguida pelo Bradesco, Itaú, Nossa Caixa Nosso Banco e ABN Amro Real. Unibanco, Banespa, Banrisul, HSBC e Besc fecham os dez primeiros colocados do segmento.




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