Esportes Titulo 1 a 0
Gol de mão decreta vexame histórico da Seleção Brasileira

Brasil repete fiasco de 1987, perde para o Peru
por 1 a 0 e cai na primeira fase da Copa América

Rodrigo Mozelli
Especial para o Diário
13/06/2016 | 07:00
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Estadão Conteúdo


Encerrando a terceira rodada do Grupo B da Copa América Centenário, Brasil e Peru se enfrentaram ontem, no Gilette Stadium, em Boston (Estados Unidos). Precisando do empate para se classificar às quartas de final, mais uma vez a Seleção Brasileira protagonizou papelão, perdeu por 1 a 0, com gol anotado com a mão por Ruidíaz, e, assim como em 1987, caiu na primeira fase da competição, ficando em terceiro, com quatro pontos, atrás de Peru (7) e Equador (5), Dunga era atleta no grupo que caiu em 1987, ao perder por 4 a 0 para o anfitrião Chile, na até então pior campanha da história, igualada ontem pelo desempenho nos Estados Unidos.

Na segunda competição do Brasil nas mãos de Dunga não houve aprendizado desde o vexame anterior, na Copa do Mundo, contra a Alemanha, quando o time foi comandado por Felipão. Pouca criatividade, constantes erros de passe e de marcação, o que culminou no segundo mico em dois anos.

A Seleção ainda tentou mudar, com Miranda, Lucas Lima e Gabriel entre os titulares, e começou em cima do Peru, tentando muitas jogadas incisivas e de infiltração. Com belas trocas de passes, a equipe de Dunga, porém, não conseguia criar tanto. Aos 26, após passe de Elias, Gabriel girou e chutou no canto direito, mas o goleiro Gallese espalmou. Aos 35, Willian teve, talvez, a melhor chance da primeira etapa. Após cruzamento rasteiro, o meia chutou por cima e reclamou de pênalti.

O segundo tempo foi outro. O Peru começou mais no ataque, provocando constantes erros na defesa brasileira. Tanto que, aos dois minutos, em falta perigosa próxima à área, bem batida por Cuevas foi defendida por Alisson.
A partir dos 15 minutos, o Brasil voltou a atacar. Os chutes de fora começaram a ser constantes. Apesar do esforço, a Seleção não tinha criatividade e sofreu verdadeiro apagão, demonstrando os mesmos erros de 2014. Com a urgência do placar, o jogo esquentou. Já aos 30, após cruzamento de Polo pela direita, Ruidíaz marcou com a mão o 1 a 0 para o Peru decretando o vexame histórico da Seleção Brasileira.

Miranda: ''''Vimos que a bola bateu na mão do atacante''''

Após a histórica e vexatória derrota por 1 a 0 diante do Peru, ontem, os jogadores da Seleção Brasileira não quiseram conversar muito sobre a eliminação precoce na Copa América Centenário.

Um dos poucos que comentou sobre o resultado foi o zagueiro Miranda, que lamentou as chances desperdiçadas e afirmou que os brasileiros viram a bola na mão no tento de Ruidíaz. “Nossa Seleção tentou (finalizar) desde o primeiro minuto, mas infelizmente a bola não quis entrar. Tivemos oportunidades, mas é futebol. A gente não faz e acaba pagando por isso. Vimos que a bola bateu na mão do atacante, mas agora não adianta lamentar. O árbitro falou que houve a discussão com o quarto árbitro, mas que eles viram o gol (legítimo)”, contou.

Já do lado vencedor, o atacante Ruidíaz, admitiu que o lance teve suas discussões. “Fiquei muito feliz (com o gol). Sei que houve polêmica em torno do gol, houve o pedido de aplicação da tecnologia e ficamos incomodados com isso”, encerrou.

Dunga diz que não teme demissão e pede paciência aos torcedores

Visivelmente contrariado, Dunga compareceu à entrevista coletiva para tentar explicar o que ocasionou um dos maiores fracassos da história da Seleção Brasileira. O treinador lamentou ter sido eliminado com gol irregular e disse que não teme ser demitido pela CBF.

<EM>“Um trabalho acaba por conta de um erro de arbitragem. Não entendo que mesmo com toda tecnologia podem cometer um erro tão grave como esse. Eles (árbitros) estavam falando não sei com quem e me vem a ideia de quem estava sendo consultado. Os quatro deveriam tomar uma decisão no campo”, disse o treinador brasileiro.
Sobre a iminência de ser demitido, o treinador disse que não tem receio disso. “Só tenho medo da morte. Todo mundo elogiou a Alemanha que fez um trabalho por 14 anos até ser campeã do mundo e agora querem que na Seleção Brasileira dê resultado rápido. Estamos tentando, fazendo renovação e queremos continuar com o trabalho”, destacou Dunga.

O treinador acredita que a instabilidade política e econômica que vive o Brasil também tem atrapalhado. “Tudo que passamos se reflete no futebol. Pelo um bom período o Brasil venceu tudo, até 1970. Depois de 1994 também. Nós nos acostumamos a ganhar e agora temos de ter paciência. O brasileiro quer achar uma solução de uma hora para a outra e isso não acontece assim no futebol. Tem de ter continuidade”, argumentou o treinador, como se tivesse pedindo uma segunda chance. (das Agências)




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