Diarinho Titulo
Bruxos de verdade
Juliana Ravelli
Do Diário do Grande ABC
12/07/2009 | 07:17
Compartilhar notícia


Vontade de voar numa vassoura para jogar quadribol e preparar poções mágicas não faltam ao assistir aos longas da série Harry Potter. Mas, afinal, aquilo tudo é pura ficção ou tem algo de verdade?

Newton Godoy, mago da Casa de Bruxa, em Santo André, explica que os filmes são superproduções, porém, muito do que apresentam é baseado em costumes e objetos que existem na bruxaria de verdade. A varinha, por exemplo, é importante instrumento para quem segue a tradição pagã - criada há milhares de anos, muito antes de Cristo. "É a continuação do nosso braço, pois a magia está dentro da gente", afirma.

O caldeirão, utilizado pelos alunos de Hogwarts, também é instrumento dos bruxos de verdade, nos rituais e preparo de poções. Na vida real, a vassoura não ajuda a voar, mas é importante objeto. Simboliza a limpeza das energias negativas do universo.

Vida real - Em geral, quem segue a bruxaria tem grande afinidade com a natureza e se beneficia dela. Estuda como fazer remédios naturais com ervas, usa cristais para resolver problemas e consulta as cartas de tarô, os astros, entre outros, para ajudar outras pessoas e a si mesmo.

Os bruxos são politeístas, ou seja, acreditam em vários deuses. Também fazem rituais para cultuar a Lua e o Sol, comemoram os solstícios e equinócios (que determinam as mudanças das estações do ano) e o Samhain (o Halloween).

Vale lembrar que magia é bem diferente de mágica. A primeira é a manipulação de energias naturais, feita pelas bruxas e magos (como também são chamdos os homens). A segunda está ligada à arte do ilusionismo, realizada por mágicos, que fazem truques.

Bruxinha - Letícia Lopes Lourenço, 12 anos, já fez curso de bruxaria natural e agora frequenta com a mãe as aulas de ocultismo na Casa de Bruxa. "Gosto de saber como podemos entender os astros para utilizar sua força no dia a dia", diz. Curte tanto que, em outubro, participará de um ritual que a iniciará como aprendiz. Diz que, quando crescer, quer ser bruxa de verdade.

A maioria das amigas não compreende essa vontade. Segundo Letícia, isso acontece porque as pessoas ainda têm muito preconceito em relação a quem segue a bruxaria. Mas no passado foi pior.

Fã de Harry curte magia
Nem todos que são fascinados pelo mundo da magia seguem seus princípios. Há muitos que apenas admiram suas histórias, mas preferem as mágicas, como Gabriel Pirroncelli Batista dos Santos, 12 anos, de Mauá, que quer se aprofundar nas técnicas do ilusionismo e até prepara uma apresentação para agosto.

Superfã do bruxinho mais famoso do universo, Gabriel assistiu à pré-estreia de Harry Potter e o Enigma do Príncipe, a convite do D+. "É o mais triste de todos até agora, bem fiel ao livro. As lutas são muito bem-feitas. A cada filme melhoram os efeitos especiais", garante. O garoto é dono de uma gigantesca coleção de objetos relacionados à saga do bruxo inglês.

Começou a juntá-los quando o primeiro longa foi lançado, em 2001. Tinha 4 anos e era a mãe que lia as histórias.

O único problema, segundo Gabriel, não está ligado aos efeitos da superprodução. Com a exibição de o Enigma do Príncipe, a série fica mais próxima do fim. "O que me irrita é que o sétimo será lançado em duas pertes. Vou ficar triste quando acabar de vez."

Mulheres eram queimadas vivas
Você já deve ter ouvido a expressão caça às bruxas. Está associada principalmente à perseguição religiosa ocorrida durante a Idade Média, na qual milhares de pessoas foram torturadas e mortas pela Igreja Católica por serem acusadas de praticar bruxaria. Nos dias de hoje, a expressão é utilizada para indicar um período de perseguição.

Não se sabe ao certo quando tudo começou, mas ganhou força no século 13 com a criação do Tribunal da Inquisição. A maioria das vítimas era mulheres, porque, na época, estavam associadas ao pecado. Os acusados - em geral, pelos vizinhos - eram aqueles que não seguiam os preceitos católicos, quem realizava cerimônias pagãs (que não são cristãs), esposas que cometiam adultério e homossexuais.

A vítima mais famosa é Joana D'Arc, uma das responsáveis por uma importante vitória da França sobre a Inglaterra na Guerra dos Cem Anos. Desde a adolescência, ela dizia ter visões de santos. Capturada pelos inimigos, foi acusada de bruxaria e queimada em 1431, com 19 anos. Muito depois, em 1920, foi canonizada e transformada em santa.

No século seguinte, a Inquisição continuou a castigar, só que em menor número e nos países em que a Igreja Católica predominava, como Espanha e Portugal. Porém, grupos de protestantes nos Estados Unidos também condenaram mulheres por bruxaria.

Momento decisivo para Harry
Prepare o coração para a enxurrada de emoções. Quem for mais sensível deve manter um lenço por perto. Harry Potter e o Enigma do Príncipe promete ser o melhor da série. Os efeitos especiais enchem os olhos!

É claro que nada é pior do que Lord Voldemort e os Comensais da Morte, que, agora, estão causando grande destruição também no mundo dos trouxas (quem não é bruxo). Entretanto, são os sentimentos e os hormônios adolescentes que desafiarão Harry, Rony e Hermione. Nessa confusão inclui-se também Gina, a irmã caçula do amigo ruivo.

Alvo Dumbledore sabe que a batalha final se aproxima e, por isso, fará de tudo para ajudar Harry a se preparar para enfrentar o pior. O diretor de Hogwarts também tomará decisões extremas, daquelas que fazem a gente pensar: "Por que ele está fazendo isso?". Calma, ele sabe o que é certo.

Mistérios - Este é um dos longas com maior número de segredos que serão - ou não - desvendados. A começar pelo Príncipe Mestiço, dono de um livro especial de magias, encontrado por Harry no armário da escola. Quem é esse tal aluno que parece ter sido brilhante? A galera vai se surpreender quando descobrir.

Mistério também está na memória do novo professor de poções, Horácio Slughorn. O que ele guarda na mente é decisivo para o trunfo do bem contra o mal. E não podiam faltar Draco Malfoy e Severo Snape, aluno e professor com quem Harry não tem afinidade. Eles continuam a causar desconfiança.

Quem acompanhou a saga de Harry pôde perceber a evolução dos filmes. Como sempre, em O Enigma do Príncipe, os bruxos levam o espectador do riso ao choro, da apreensão ao susto. E mais uma vez, ao final, fica o gostinho de quero mais. O duro é esperar um ano.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.

Mais Lidas

;