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John Galliano leva Dior ao surrealismo
Por Do Diário do Grande ABC
19/01/1999 | 12:44
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Homens-estátuas, espelhos sem reflexo e um cenário teatral: John Galliano, estilista da maison Christian Dior, recriou ontem um ambiente digno de Cocteau para apresentar sua coleçao de costura para o próximo verao.

O modista britânico, que raramente aparece em público, saudou pessoalmente seus convidados e explicou o espírito de sua coleçao, inspirada no surrealismo.

Mesmo partindo dessa inspiraçao, os modelos apresentados sao perfeitamente comerciais e as clientes com certeza ficarao satisfeitas.

Galliano volta ao estilo masculino que fez o sucesso da casa Dior, com trajes de príncipe de Gales ou em la crua. As calças masculinas sao trabalhadas com pregas, mas as jaquetas sao abotadas na parte de trás, moldam o busco, deixam ver as costas e marcam os ombros. Os modelos sao combinado com blusas lisas e chapéus clássicos inclinados para um lado.

Os vestidos, com incrustraçoes em forma de cabeça de centauro, marcam uma silhueta de sereia.

As heroínas de Galliano sao as de Man Ray e Salvador Dalí, em seus longos e delgados vestidos de crespao pantera de encaixe ou tule salpicado com brilhos prateados.

A maravilhosa Laetitia Casta, a francesa mais sensual na opiniao dos norte-americanos, fez uma apariçao notável para a maison Jean-Louis Scherrer, onde brilha o jovem estilista Stéphane Rolland.

Em sua coleçao prevalesce a miscigenaçao, da Africa à Itália do Quattrocento, passando pelo Oriente das mil e uma noites. Com ele, a noite revela longas blusas árabes de seda, acompanhadas de saia de corte baixo, trajes de jaqueta ``Nerhu' em renda, roupas de beduínos (com capuz) bordadas com cristal e vestidos venezianos de tule.

Os tons variam dos pastéis aos de especiarias e os preciosos cinturoes de ametista amarrados como uma echarpe nos quadris sao o toque final de uma refinada coleçao.

Já Emanuel Ungaro mostra uma coleçao mais leve. Nem estampados chamativos, nem cores brilhantes. O estilista opta por uma harmonia de tons suaves de marfim, baunilha, rosa e amarelo.

Suas mulheres têm a aparência graciosa das indianas em seus saris de musseline combinados com jaquetas de seda ou camisolas de renda. Os bordados sao onipresentes, mas parecem fundir-se nas telas.

Na coleçao de Olivier Lapidus, a matéria é o tema principal. Depois dos vestidos em pó de diamante e fibra de legumes, agora é a vez dos estampados musicais.

O estilista, que defende a associaçao da alta costura à alta tecnologia, aplicou a suas rendas e bordados uma técnica inovadora.

``Ao lado de jovens técnicos em informática, transformamos os sons em imagens que podem ser impressos em seda', explicou o próprio criador.




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