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Valisère: trabalhador nega proposta de PLR
Por Mariana Oliveira
Do Diário do Grande ABC
14/12/2005 | 08:32
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Em assembléia realizada terça-feira, os trabalhadores da Valisère, de Mauá, rejeitaram por unanimidade a PLR (Participação nos Lucros ou Resultados) de R$ 100 oferecida pela empresa para este ano. Além disso, os funcionários se posicionaram contra a redução de benefícios para que a empresa continue com unidade industrial na cidade.

Sob alegação de que estaria com dificuldades de concorrer com empresas do Nordeste do país, que recebem incentivos fiscais, e com itens chineses, que têm os preços reduzidos com o dólar baixo, a Valisère propôs ao Sindicato das Costureiras do ABC (filiado à CUT) concessão de R$ 100 de PLR – contra R$ 300 pagos em 2004 –, cobrança de taxas para convênio médico de dependentes, aumento no valor das refeições e redução de vale-compra e auxílio-creche. De acordo com o sindicato, essa seria a exigência da empresa, que tem mil funcionários em Mauá, para não deixar a cidade.

Segundo Francisca Trajano, a Cida, presidente do sindicato, essa foi a segunda vez que os trabalhadores negaram a proposta de PLR. No último dia 6, a oferta já havia sido rejeitada. Como a empresa não ofereceu contra-proposta, os empregados decidiram terça-feira enviar o caso para a Justiça do Trabalho. "A PLR agora vai à dissídio. Queremos pelo menos o piso salarial da categoria, que é de R$ 515." A alegação da empresa, conforme informou a sindicalista, é de que já concede prêmios mensais de produção, em valores que variam de R$ 30 a R$ 250.

Em relação à redução de benefícios, Cida disse que o sindicato ainda está negociando com a empresa. "Queremos manter os empregos. Porém, os benefícios já fazem parte da remuneração, por isso ninguém quer aceitar."

Trabalhadoras que preferiram não se identificar disseram estar preocupadas com a possibilidade de a Valisère deixar Mauá. "A direção não se manifesta e ficamos com medo de perder o emprego", afirmou uma das costureiras.




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