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Fóruns devem continuar em greve
Hugo Cilo
Do Diário do Grande ABC
11/08/2004 | 00:25
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  A greve dos servidores do Poder Judiciário, que completa nesta quarta 42 dias, deve continuar. Essa é a avaliação do comando grevista do Grande ABC, antecipando-se à deliberação da assembléia estadual que ocorre nesta quarta, a partir das 14h, na praça João Mendes, em São Paulo.

A continuidade da greve implicará em multa diária de R$ 50 mil às entidades representativas dos funcionários, assim que elas forem notificadas da decisão da Justiça Federal, anunciada na segunda. Trata-se de uma liminar que atende a ação civil pública movida pela OAB-SP (Ordem dos Advogados de São Paulo), que representa a categoria mais prejudicada com a paralisação dos processos nos fóruns. A multa só será suspensa se pelo menos 60% dos funcionários voltarem ao trabalho.

O comando grevista rebate as ameaças de corte de salários e multas. “A gente considera essa postura uma provocação contra a categoria. Não entendemos a determinação e não vamos enfraquecer o movimento por ataques levianos e sem base jurídica ou moral”, disse a coordenadora do movimento no Grande ABC, Clenilza Panato.   

Segundo ela, a liminar é uma “jogada” para pressionar os funcionários a cederem. “Não vamos aceitar essas bobagens e só vamos parar a greve quando o Tribunal de Justiça nos pagar o que é devido. O TJ diz que não tem dinheiro para pagar a reposição, mas liberou R$ 7 milhões este mês de agosto para pagar gratificações atrasadas aos juízes. Além disso, está prevista a contratação de 3 mil estagiários com um gasto de R$ 15 milhões ao ano. Pura contradição.”

A Assetj (Associação dos Servidores do Tribunal de Justiça do Estado) de São Paulo e outras oito entidades dos funcionários do Poder Judiciário afirmam que não haviam sido, até o fechamento desta edição, intimados da decisão. A assessoria da Assetj informou que a entidade só vai se manifestar após ter conhecimento oficial da liminar. A associação, no entanto, garantiu que vai recorrer ao Tribunal Regional Federal da Região para tentar derrubar a liminar.

O presidente da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), Luiz Flávio Borges D‘Urso, disse que reconhece o direito dos funcionários mas que vai manter a posição de não apoiar a greve pelos danos que ela causa à sociedade. “Nossa expectativa é de que essas entidades, já sabendo da decisão, voltem ao trabalho e continuem a lutar pela reposição em atividade. Assim, elas terão o apoio da OAB e, sem dúvida, vão conseguir a reposição sem que prejudiquem toda a sociedade”, acrescentou D’Urso, ao se referir aos mais de 12 milhões de processos parados pela greve.

 A assessoria de imprensa do TJ (Tribunal de Justiça) informou nesta terça que não irá se pronunciar até que a Justiça defina os rumos da greve e que os servidores decidam pela continuidade ou não do movimento.




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