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Novo cancelamento de edital preocupa escolas

Diretores estão apreensivos com a Secretaria de Educação para compra de kit escolar

Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
25/02/2016 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


A decisão tomada pela Prefeitura de São Bernardo em cancelar pela segunda vez o edital para aquisição de 85 mil kits de material escolar fez surgir preocupação no corpo diretivo das escolas da rede, que envolve alunos da creche ao Ensino Fundamental, com crianças de zero a 11 anos. Na segunda-feira, o governo do prefeito Luiz Marinho (PT) confirmou o encerramento do processo aberto depois que o TCE (Tribunal de Contas do Estado) determinou alterações na redação do documento oficial.

Ontem, o Diário entrou em contato, por telefone e sem se identificar, com quatro unidades do ensino municipal e constatou estado de apreensão entre os diretores das escolas sobre o prazo para a distribuição dos itens. Gestores confirmaram que chegaram a pedir aos pais de alunos que possam enviar materiais próprios.

Colégios de diferentes bairros de São Bernardo foram consultados – como Areião, Demarchi e Pauliceia. A expectativa é pela chegada de kits emergenciais que foram prometidos pela administração são-bernardense até que seja findado novo processo licitatório para a compra dos materiais deste ano.

“Nossa escola tem utilizado alguns itens, de forma coletiva, que tínhamos aqui. Pedimos aos pais que têm condições que enviem alguns materiais, como caderno e lápis, até que a situação se normalize. Todos têm compreendido, mas se a situação passar de março, acredito que teremos problemas”, indicou um dos diretores.

O ano letivo teve início no dia 11 e, segundo coordenadores das escolas, o atraso é um dos mais longos registrados pela gestão petista. “Desta vez a demora se estendeu um pouco mais. Os pais têm compreendido, até porque houve carta da Prefeitura explicando o atraso. Até agora, a situação é tranquila”, revelou diretor de unidade localizada no bairro Demarchi.

A Secretaria de Educação, que é chefiada pelo vereador licenciado Paulo Dias (PT), anunciou investimentos na ordem de R$ 7,7 milhões com a aquisição dos 85 mil kits para a rede, que são compostos por lápis, apontador, borracha, caderno, cola, lápis de cor, giz de cera e pastas.

“Essa situação nos preocupa sim, porque queríamos entregar logo esses itens e estamos barrando nessas solicitações do tribunal. Porém, estamos entregando kits emergenciais pelas 179 escolas durante esses últimos dias”, pontuou Paulo Dias, citando que a expectativa é ter publicado novo pregão no dia 7.

Esse foi o segundo cancelamento de edital feito pela administração. O primeiro ocorreu em janeiro, também depois de o TCE listar série de questionamentos à redação da proposta. “Temos dinheiro, mas não estamos conseguindo comprar. Além disso, vai atrasando. Vamos correndo contra o tempo para viabilizar toda essa distribuição”, acrescentou o titular da Educação.

Mesmo sem CPI da Catarata, vereadores convidam médico

Mesmo com o pedido da CPI da Catarata travado na Câmara, os vereadores de São Bernardo formalizaram ontem convite ao médico Paulo Barição, responsável pela coordenação do mutirão da cirurgia que deixou 18 pessoas cegas em procedimento ocorrido no dia 30 de janeiro, no Hospital de Clínicas. O anúncio partiu da Comissão de Saúde do Legislativo, que é presidida pelo vereador Fábio Landi (PSD).

“O que podemos fazer pelo regimento é convidar. Nos reunimos e tiramos a conclusão de tentar ouvir o médico, posteriormente chamar as famílias e depois representantes da empresa”, ponderou.

Dos 27 pacientes que passaram pelo mutirão da catarata, 18 ficaram cegos e dez removeram o globo ocular após infecção pela bactéria Pseudomonas aeruginosa. O procedimento foi realizado pelo Instituto de Oftalmologia da Baixada Santista, contratado pela Secretaria de Saúde do governo do prefeito Luiz Marinho (PT), que é chefiada por Odete Gialdi.

“Nosso trabalho é mais elucidativo. Então, precisa começar trazer alguns fatos e depois apresentar relatório”, acrescentou Landi.

CPI
Pela segunda sessão consecutiva o pedido de CPI da Catarata seguiu sem avançar. Há duas semanas, solicitação de instauração foi aprovada para ingressar na pauta de debate dos parlamentares, mas ainda faltam cinco assinaturas para que o tema entre em votação no regime de urgência.

Autor do pedido, o oposicionista Julinho Fuzari (PPS) voltou a reclamar da postura dos demais vereadores, que constantemente esvaziaram o plenário, impedindo quórum necessário para iniciar discussão.

O popular-socialista, no entanto, rejeitou acionar a Justiça para instaurar apuração. “Vou a partir de hoje (ontem) começar a divulgar quais parlamentares estão favoráveis à CPI. Eu quero mobilizar todos de que esse é um assunto delicado”.

Julinho voltou a tecer duras críticas ao governo Marinho e à titular da Saúde em relação à condução do caso. “Ela (Odete Gialdi) havia prometido vir toda sessão buscar o diálogo sobre a condução dos trabalhos e pela segunda semana não veio. Os desdobramentos estão sendo cada vez piores. Já morreu uma pessoa”, atacou, citando caso do aposentado Pelegrino Focher Riatto, um dos 21 pacientes que tiveram infecção ocular após mutirão de cirurgias, na semana passada. 




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