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Desemprego sobe para 11,2% em janeiro, aponta IBGE
Por Do Diário OnLine
26/02/2003 | 11:54
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A taxa de desocupação medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quarta-feira, ficou em 11,2% no primeiro mês deste ano. O índice no primeiro mês do governo Lula fechou acima dos 10,5% verificados em dezembro de 2002, que encerrou com taxa média de desemprego de 11,7%. A "sazonalidade do período" foi a justificativa dada para o aumento dos desempregados.

Segundo o estudo do IBGE, o número de pessoas desocupadas cresceu 8,2% de dezembro para janeiro. Em contrapartida, o número de pessoas ocupadas aumentou 0,9% no mesmo período, com crescimento de 1,7% no grupo de pessoas economicamente ativas, sendo que das seis regiões pesquisadas, apenas em Porto Alegre houve queda, com retração de 0,4%.

A região com maior taxa isolada foi Salvador, onde o desemprego subiu 15,2%, seguido por São Paulo, com taxa de 13% segundo o IBGE; Recife (11,7%), Belo Horizonte (9,8%); Rio de Janeiro (8,3%) e Porto Alegre (7,9%). O Rio de Janeiro foi o único a apresentara redução na taxa, sendo que em dezembro o desemprego foi de 8,9%.

Dentre as pessoas ocupadas aumentaram os empregados sem carteira de trabalho assinada (3,8%) e os empregadores (20,0%) e caiu o número de empregados com carteira de trabalho assinada (-1,7%) e de trabalhadores por conta própria (-0,4%). Quanto aos desocupados (pessoas sem emprego e que não procuram atividade), o número cresceu em Belo Horizonte (20,1%), São Paulo (13,4%), Recife (7,2%), Porto Alegre (5,3%) e Salvador (3,2%) – apenas o Rio de Janeiro registrou queda (-4%).

Rendimento - A pesquisa do IBGE concluiu que o rendimento médio nominal habitualmente recebido caiu 5,1% de novembro para dezembro. No último mês de 2002, um trabalhador recebia cerca de R$ 837,20. Já o que o trabalhador recebe efetivamente aumentou 10,9% em dezembro, ficando no patamar dos R$ 1.014,70. No setor privado, aumentou o rendimento dos empregados com e sem carteira de trabalho assinada (21,5% e 2,7%, respectivamente).

Segundo Shyrlene Ramos de Souza, técnica do IBGE e responsável pela pesquisa, a renda do trabalhador brasileiro deve continuar em queda por causa do câmbio alto e os consecutivos reajustes dos juros. "Com isso, o trabalhador fica sem poder de barganha para negociar um aumento salarial."

Metodologia - O IBGE lembra que a atual pesquisa de emprego está sendo calculada segundo uma nova metodologia, adotada em novembro. Assim, as comparações entre as taxas atuais e a de anos atrás não pode ser feita corretamente.

Entre as principais mudanças, está o fato do Instituto ter passado a considerar como período de referência para a procura de trabalho os últimos 30 dias e não sete dias, enquanto a idade mínima da população ativa caiu de 15 para 10 anos.As novas regras elevaram as taxas de desemprego e foram bastante criticadas pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva.




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