Os vereadores de Diadema aprovaram ontem o projeto de lei que autoriza a comercialização e consumo de cerveja e chope nas dependências do Estádio do Inamar, sede das partidas do Água Santa, que disputa a divisão de elite do Campeonato Paulista neste ano.

O texto, elaborado pelo oposicionista Josa Queiroz (PT), gerou discussão nos bastidores, uma vez que contrariou o prefeito Lauro Michels (PV). O líder de governo, Atevaldo Leitão (PSDB), deixou o plenário no momento da votação. No entanto, a matéria recebeu o crivo de 17 parlamentares.

“Trabalhamos por essa proposta há pelo menos seis meses. O projeto dialoga com uma situação que já existe fora dos estádios. É preciso haver mecanismos de controle da violência, como monitoramento e policiamento. Então não é o consumo de cerveja que deve ser o enfrentamento, sim a criminalidade”, defendeu Josa.

O petista detalhou que se baseou em situações ocorridas no Rio de Janeiro e Minas Gerais, que aprovaram comercialização de cerveja, com copos plásticos, a partir de brecha deixada pela Lei Geral da Copa, que permitiu a liberação das bebidas nos estádios durante a Copa das Confederações, em 2013, e a Copa do Mundo de 2014.

O texto descreve a permissão da cerveja, mas sem permitir recipientes de lata, metal e vidro que possam ocasionar risco à integridade física. “Se nas quermesses, que são organizadas pelas igrejas, existe consumo e comercialização de bebida, por que não no estádio?”, indagou o petista.

No Brasil, a venda e consumo de bebidas alcoólicas nas dependências das praças esportivas foram proibidos por muitos anos, sob a alegação de incitação à violência.

Em São Paulo, projeto similar foi aprovado em Ribeirão Preto, no Interior. Na Capital, a matéria passou pela primeira votação em outubro e aguarda crivo definitivo.

Mesmo contrariado, Lauro anunciou que não irá contra o posicionamento do Legislativo. Ele poderia vetar proposta. “Não sou favorável em bebida dentro do estádio, mesmo em copos descartáveis. Para mim, não condiz com o esporte”, alegou.