Política Titulo Epidemia
FUABC pode comprar testes de dengue e zika

Presidente da instituição coloca entidade à
disposição para agilizar diagnóstico de doenças

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
12/02/2016 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


A presidente da FUABC (Fundação do ABC), Cida Damaia, colocou a entidade à disposição das prefeituras da região para compra de testes rápidos para identificar pacientes com dengue, chikungunya e zika vírus. No início do mês, o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC informou que, por falta de recursos, não tinha condições de adquirir os itens, embora a região tenha registrado explosão no número de notificações de doenças relacionadas ao mosquito Aedes aegypti – 556,3% a mais entre 2014 e 2015.

Cida, médica sanitarista que assumiu o comando da FUABC no dia 27, afirmou que a instituição poderia ser ponte para compra dos produtos. Ela lembrou que contratos com fundações têm trâmites especiais de licitação, o que facilitaria a chegada de equipamentos para análise de pacientes com suspeita das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.

“Daria para comprar (os testes), na medida em que tivéssemos recursos financeiros para isso. Evidentemente que teríamos também de buscar recursos federais para isso. Pela fundação, inclusive, é mais fácil. Se precisar (de adquirir os testes), poderíamos ajudar. A fundação pode ser parceira, estamos à disposição”, disse Cida, em visita ao Diário, lembrando que a União tem programas de liberação de verba para combate às doenças relacionadas ao Aedes.

O orçamento da FUABC para este ano é de R$ 2,1 bilhões, quantia maior até que peças orçamentárias das prefeituras de São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Nas contas do coordenador do GT (Grupo de Trabalho) de Saúde do Consórcio e secretário da área em Santo André, Homero Nepomuceno Duarte (PT), gestões como a de Santo André e São Bernardo teriam de gastar, cada uma, até R$ 4 milhões para obter os testes rápidos (valor unitário é de R$ 8 a R$ 12).

Os testes rápidos são alternativas para confirmação de casos de dengue, zika e chikungunya, já que o Instituto Adolfo Lutz, do governo do Estado, prioriza o diagnóstico de casos de regiões com maior incidência das doenças. A Capital já usa o expediente para agilizar o tratamento dos doentes. Por enquanto, o Grande ABC está fora da lista de áreas críticas na ótica da Secretaria de Estado da Saúde.

Cida garantiu que a FUABC dispõe de profissionais treinados para orientar e tratar a população infectada. “A fundação está preparada para dar assistência. Os médicos e corpo de enfermagem estão preparados para atender os municípios.”

Em 2014, a região registrou 1.125 casos autóctones (contraídos no município de residência da pessoa) suspeitos de dengue. No ano passado, o número pulou para 7.384. As ações das prefeituras têm focado a orientação da população para eliminar focos de reprodução do mosquito, com campanhas publicitárias.

Cida foi indicada pelo prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), em sistema de rodízio das cidades mantenedoras da instituição. Seu vice é Mauricio Mindrisz (PT), de São Bernardo, e o secretário-geral é Marco Antonio Santos Silva (PMDB), de São Caetano. 




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