A rivalidade política em Diadema entre o prefeito, Lauro Michels (PV), e o PT foi acirrada ontem, durante a primeira sessão na Câmara deste ano, com direito a acusações e ofensas entre ambas as partes. O embate foi iniciado após o chefe do Executivo interromper seu discurso de prestação de contas na tribuna para atacar o ex-prefeito José de Filippi Júnior (PT), que tem atuado na articulação da campanha petista.

“O nosso governo tem trabalhado sério e com verdades para contribuir no desenvolvimento da cidade. O PT estragou tudo e o que estamos fazendo é conseguir colocar nos trilhos. Muito dessa culpa passou pelo Filippi, que não à toa está sendo investigado pela (Operação) Lava Jato (da Polícia Federal)”, alfinetou, referindo-se a citação ao ex-prefeito pela atuação como tesoureiro nas campanhas presidenciais do PT em 2006 e 2010.

Pré-candidato do PT ao Paço em outubro, o vereador Manoel Eduardo Marinho, o Maninho, pediu uso palavra e atacou. “Você não tem moral para falar mal do PT”. Ele criticou a gestão de Lauro Michels – tio-avô do prefeito – , entre 1964 e 1969 e entre 1977 e 1982. “O nosso partido foi justamente quem transformou a cidade, depois de nada realizado pela família Michels.”

Com o clima aflorado, Lauro deixou o Legislativo reforçando criticas ao rival. “Eles são da política de quanto pior, melhor. Não tenho medo de nenhum nome deles, nem mesmo o Lula”, acrescentou, referindo-se ao processo de indefinição do PT, em torno do representante ao posto de candidato a sucessão municipal. Além de Maninho, também pleiteiam a vaga o vereador José Antônio da Silva e o deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho. Decisão deve ocorrer até abril. Após a saída de Lauro, toda a bancada do petismo utilizou a tribuna para atacar o verde. “O que vimos foi um prefeito falar que tudo vai bem, quando se vai mal, e criticar, apenas por questão política, quem realmente fez”, apontou Orlando Vitoriano (PT).

Filippi, que tem refutado encabeçar projeto eleitoral, figura na liderança em sondagens de intenções de voto feitas pelo DGABC Pesquisas.