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Bonnie e Clyde na real
Por Nelson Albuquerque
Do Diário do Grande ABC
31/01/2010 | 07:05
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Divulgação


A ficção tratou de tornar o casal de criminosos mais conhecido dos Estados Unidos ainda mais famoso. Bonnie Parker e Clyde Barrow são tema de filme premiado com Oscar e campeão de bilheteria de sua época - foi lançado em 1967.

Agora, para buscar um ângulo mais próximo da realidade, o escritor Paul Schneider lança livro baseado apenas em depoimentos reais, resultado de pesquisa em arquivos e documentos do FBI e entrevistas publicadas em jornais.

Difícil, mas para quem não se lembra da história, Bonnie e Clyde aterrorizaram seu país na época da grande depressão, no início dos anos 1930. Roubar, matar e fugir virou seu meio de vida. No dia 23 de maio de 1934, o casal foi morto em troca de tiros com a polícia de Louisiana.

A história foi levada ao cinema com a direção de Arthur Penn. Nos papéis principais, Faye Dunaway e Warren Beatty. Causou polêmica, com o filme sendo acusado de enaltecer criminosos, mas caindo nas graças do público e da crítica. Ganhou duas estatuetas do Oscar: melhor fotografia e melhor atriz coadjuvante para Estelle Parsons.

Os bandidos ficaram na memória das pessoas como figuras românticas. Eram cruéis e talentosos fugitivos, mas tudo que faziam era aceitado como se fosse uma forma de revolta contra os tempos de crise.

O livro Bonnie & Clyde - A Vida por Trás da Lenda (Larousse, 432 págs., R$ 69,90) acaba de chegar ao Brasil com a proposta de se aproximar do lado humano da dupla. Relatos não identificados vão constuindo o imaginário. Parecem trechos dispersos e por um bom tempo o livro segue nesse ritmo. Mas aos poucos a trajetória da dupla vai se elucidando, como um quebra-cabeças.

O quinto capítulo, West Dallas, começa com a reprodução de trecho de reportagem que fala sobre o surgimento de "ladrões juvenis de bicicletas". Depoimentos de familiares vão pintando o cenário: "Clyde era um... Acho que ele era um menino sensível - diz a caçula Marie. - Eu o amava muito e ele era muito bom para mim. Ele me comprou. (...) Não sei se ele me comprou ou o quê, mas ele me deu a primeira bicicleta que tive".

Já como consagrados bandidos, os depoimentos vão ficando mais eletrizantes. "Em 7 de julho, enquanto W.D. fica para trás para tomar conta de Bonnie e manter guarda no acampamento de turistas, Buck e Clyde atacam o arsenal em Enid, Oklahoma. W.D. diz que eles ‘trouxeram tantas armas que parecia uma fábrica. Havia algo como 46 automáticas do governo, 45 pistolas, vários rifles e duas ou três malas de munição'".

Mesmo 76 anos após sua morte, o casal ainda atiça a curiosidade do público. Além do livro, está previsto para este ano um novo filme, The Story of Bonnie and Clyde, com direção de Tonya S. Holly e com os personagens principais interpretados por Hillary Duff e Kevin Zeger.




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