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Aprovação ao governo Alckmin cai seis pontos no Grande ABC
Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
24/12/2015 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


A avaliação positiva do governador Geraldo Alckmin (PSDB) no Grande ABC registrou queda de 6,4 pontos percentuais, mostra a terceira rodada de sondagens deste ano do DGABC Pesquisas, realizada a pedido do Diário. Em julho, no último levantamento, os que consideravam a gestão do tucano como ótima ou boa eram 32%. Hoje são 25,6% da população das sete cidades.

Prestes a entrar no segundo ano do seu quarto mandato à frente do Palácio dos Bandeirantes, Alckmin também vê aumentar o número dos que reprovam seu governo na região: 42,5% classificam a gestão tucana como ruim ou péssima, ante 34% de cinco meses atrás – acréscimo de 8,5%.

Desde novembro de 2013, na série de estudos do DGABC Pesquisas, esta é a primeira vez que a imagem de Alckmin sofre maior desgaste na região, onde ele venceu em todos os municípios na eleição do ano passado.

Em levantamento feito em janeiro, a rejeição do governador no Grande ABC já havia atingido o maior patamar desde então. Na ocasião, 37,8% disseram ser ruim ou péssima a forma como o tucano comanda o governo paulista, enquanto que 29,4% dos entrevistados classificaram sua gestão como ótima ou boa. Essa aprovação, entretanto, foi bem abaixo do que Alckmin registrou em julho de 2014, no auge de sua campanha à reeleição. Naquele momento, a aprovação do mandato do governador foi a 37,7%, ante 25,2 de reprovação.

PROTESTOS
A queda na popularidade, somada à alta na rejeição ao tucano na região, pode ser explicada pela onda de protestos contra o governador por conta da então anunciada reorganização na rede estadual de ensino, que envolvia a transferência de alunos e o fechamento de 94 escolas no Estado, incluindo seis no Grande ABC.

A decisão foi suspensa no início do mês depois que alunos ocuparam 196 colégios (25 só na região) e protagonizaram diversas manifestações contra o tucano. A primeira escola ocupada em todo o território paulista foi em Diadema. O caso culminou com a queda do então secretário estadual de Educação, Herman Voorwald.

Na comparação com o quadro de dois anos atrás, Alckmin viu sua rejeição subir 12,2 pontos percentuais (era de 30,3%) e perdeu apoio de 5,5% da população – em novembro de 2013, a soma dos que consideravam seu governo como ótimo ou bom era de 30,1%.

Alckmin é potencial candidato do PSDB na disputa presidencial de 2018, quando encerrará sua atuação no Palácio dos Bandeirantes. No pleito do ano passado, o desempenho do governador nas sete cidades era tido como fator importante para a vitória do senador mineiro Aécio Neves (PSDB) – o que não se efetivou – na corrida contra a presidente Dilma Rousseff (PT), que foi reeleita.

O DGABC Pesquisas entrevistou 2.800 pessoas, entre os dias 14 e 16. A margem de erro é de 2,9 pontos percentuais.

APOIOS
No Grande ABC, Alckmin é mais alinhado com apenas dois dos sete prefeitos: Lauro Michels (PV, Diadema) e Gabriel Maranhão (PSDB, Rio Grande da Serra). Dos sete deputados estaduais com reduto na região, apenas três são da base de Alckmin na Assembleia Legislativa de São Paulo: Vanessa Damo (PMDB, Mauá), Atila Jacomussi (PCdoB, Mauá) e Orlando Morando (PSDB, São Bernardo).


Das 7 cidades, S.Bernardo é a que mais rejeita tucano; em Rio Grande, desempenho é melhor

No Grande ABC, a rejeição à gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) é mais acentuada em São Bernardo, município considerado berço do PT e que é administrado há sete anos pelo petista Luiz Marinho. Somados, os índices dos que consideram a atuação do tucano como ruim e péssima chegam a 45,6% no município. Parcela de 24,6% da população são-bernardense aprova o tucano.

Por outro lado, o chefe do Palácio dos Bandeirantes é melhor avaliado pela população de Rio Grande da Serra: 30,3% veem seu desempenho como ótimo ou bom. A cidade é a única da região gerida pelo PSDB, com Gabriel Maranhão. Em contrapartida, mais gente na cidade (35,6%) reprova a atuação do governador.

Na sequência vem São Caetano, onde 29,6% dos munícipes aprovam o modo que Alckmin conduz o governo paulista. No município, administrado pelo prefeito Paulo Pinheiro (PMDB), o grupo dos que enquadram sua gestão como ruim ou péssima também supera os índices de ótimo e bom: 38,3%.

Em Diadema, cidade em que o PT governou por praticamente 30 anos e que, em 1982, os petistas elegerem seu primeiro prefeito da história, Gilson Menezes (hoje no PDT), Alckmin é reprovado por 42,3% dos moradores, contra 25,3 dos que veem seu governo como ótimo ou bom. Por ter mais proximidade com o governo estadual – nasceu politicamente no PSDB–, o prefeito diademense, Lauro Michels (PV), angariou ações do governo Alckmin para o município, como a construção da Fábrica de Cultura e a instalação do Centro de Reabilitação Lucy Montoro, ambos no Centro. O verde também devolveu à Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), empresa estadual, o controle do abastecimento de água e os serviços de saneamento na cidade.

No ranking de rejeição no Grande ABC, Santo André, governada pelo petista Carlos Grana, fica em segundo lugar: 43,8% reprovam o governo do tucano, contra 24,6% de aprovação. Em Mauá, administrada por Donisete Braga (PT), Alckmin é aprovado por 28,8% e rejeitado por 37,8%. Na vizinha Ribeirão Pires, os índices de ótimo e bom somam 27,3%, ante 40,3% de ruim e péssimo. (JC)




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