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Assessor é acusado de
favorecimento em Mauá
Por Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
01/02/2011 | 07:03
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O assessor da Secretaria de Governo de Mauá, Severino Manoel da Silva, é acusado de tentativa de favorecimento. O ato foi denunciado pelo professor Daniel Clementino, a quem o funcionário ofereceu emprego de atendente da Secretaria de Saúde e de docente substituto caso não revelasse falha da Prefeitura na convocação de aprovados em concurso público, processo em que o educador se diz prejudicado.

A intenção do comissionado é revelada em gravação realizada ontem, à qual o Diário teve acesso com exclusividade. Nela, Daniel recorre a Severino (braço-direito do titular da Pasta, José Luiz Cassimiro) para tentar assegurar vaga conquistada no concurso público 01/2009 (para a contratação de professores). Por falha da Prefeitura, o professor ficou sem o cargo.

Severino inicia a conversa oferecendo emprego de atendente da Secretaria da Saúde ao professor, que recusa dizendo "não ser sua praia." O funcionário do governo então liga para a coordenadora da Secretaria da Educação, Lairce Rodrigues, para encaixar Daniel na área como eventual - a comissionada dá sinal verde.

A indefinição do professor em aceitar as propostas incomoda Severino. "E aí? Tem que resolver. Porque é assim... Tem que pensar bem, se não ferra com nós", diz, ao demonstrar preocupação com o teor do diálogo. "Não fala para ninguém (que foi colocado na relação de professores eventuais)."

A gravação não revela, mas Daniel garante que Severino tomou a atitude a mando de Cassimiro. "Em outro momento ele disse: ‘O Zé mandou arrumar uma vaguinha de emprego lá pra você'". O secretário não foi encontrado para comentar o assunto.

TEMOR

Após a denúncia, Daniel Clementino diz temer represálias por parte de integrantes do governo de Mauá. "Temo a exposição, porque a vida é uma só, mas arrisco tudo o que tenho para ter a vaga de volta."

Daniel foi aprovado para professor I, cuja jornada de 22 horas semanais em escolas de Ensino Infantil garantiriam vencimentos de R$ 1.220,40. O valor é superior aos cargos de comissão oferecidos por Severino (ambos em torno de R$ 800, e com jornada de 40 horas semanais).

O impasse sobre sua contratação foi originado por falha da Prefeitura, que não conseguiu informar sobre a nomeação em tempo hábil. Contrariando o edital do concurso, o Executivo não publicou o ato nem no site oficial do município, nem em veículo de comunicação que detinha a publicidade legal do governo.

Assim, a nomeação consta apenas na edição de 20 a 26 de janeiro do Diário Oficial de Mauá, publicação com boa circulação apenas dentro do Paço. A nomeação ficou impossibilitada porque Daniel foi convocado, somente pela imprensa oficial, a se apresentar na Prefeitura às 9h do dia 20 para escolher seu local de trabalho.

ESPERANÇA

Na quarta-feira, Daniel protocolou na Prefeitura requerimento de inclusão de seu nome na próxima chamada do concurso. Enquanto o impasse não é solucionado, recorreu ao vereador Atila Jacomussi (PV), que hoje entrará com mandado de segurança no Fórum de Mauá para garantir a posse do professor no cargo. "Mauá está sitiada pelo PT", define o verde, em ataque ao governo do prefeito Oswaldo Dias (PT). "A administração é campo de fraudes em licitações e agora de tentativa de suborno", acusa.




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