A televisão brasileira agradou o telespectador em 2010? Certamente não. Mudanças nas grades, saídas e entradas de profissionais nas emissoras, o que muitas vezes causou deficiência na qualidade do produto, podem ser o início dessa avaliação.

Globo e Record continuam com a mesma ‘queda de braço' para ver quem leva a melhor na audiência. Mas conteúdo que é bom ficou a desejar em ambas neste ano. Nada a falar sobre o jornalismo da Globo, sempre à frente das notícias com sua base muito bem amparada em várias partes do mundo. Mas, nas novelas, seu forte de produção que a Record ainda não conseguiu alcançar, deixou a desejar.

Romances chatos, melosos e truncados que nem no horário nobre conseguiram conquistar ‘noveleiros'. Foi o exemplo de 'Viver a Vida', de Manoel Carlos. Exclui-se, nesse caso, o papel da atriz Alinne Moraes, que interpretou muito bem Luciana, a modelo rica e famosa que fica tetraplégica.

Podemos dar outro exemplo nada feliz, que está fresquinho: Passione. Que acabe logo essa história porque ninguém aguenta mais Clara (Mariana Ximenes) se revezando entre maldosa e bondosa, além das desgraças diárias na casa dos Gouveia.

Sobre a concorrente Record, é melhor que se preocupe mais com sua dramaturgia. São toscos os personagens e as histórias de suas produções. 'Ribeirão do Tempo' pode até contar com um elenco bom de currículo, mas que está com papéis infelizes, como é o caso do prefeito Ari (André Di Biase) e Arminda (Bianca Rinaldi) que já cansou com seu tom arrogante de mulher rica.

A emissora neste ano se preocupou mesmo com a audiência da terceira edição de 'A Fazenda'. O reality show grudou os telespectadores em frente à televisão, e a Record garantiu sucesso de audiência. Já a dramaturgia do SBT, que apresentou 'Uma Rosa com Amor', continua sem a expressividade e longe do desejo do público.