Alterações climáticas, sedentarismo, má alimentação, um modo de vida cada vez mais frenético e a longevidade. Ingredientes explosivos e, aparentemente dissociados, que nos deixam cada vez mais suscetíveis ao câncer.

Essas e outras constatações partiram de médicos e cientistas que se reuniram na semana passada no 2º Congresso Internacional de Controle de Câncer, no Rio.

No mesmo evento, o Inca (Instituto Nacional do Câncer) divulgou a estimativa da doença para o próximo ano e constatou que o câncer de pele não-melanoma será o tipo mais incidente entre a população brasileira.

Se a estimativa se confirmar, 115.010 pessoas serão vítimas da doença em 2008, o que significa 25% do total de cânceres.

Mas por que o câncer de pele será o mais freqüente? A tendência é maior por estarmos em um país tropical, conforme explicou o coordenador de ações estratégicas do Inca, Marco Porto.

“Temos problemas ambientais. A camada de ozônio que era um filtro para os raios solares, por exemplo, está diminuindo”, exemplificou.

O especialista esclarece que hoje esse já é o tipo de câncer mais comum no País.

POLÍTICAS - Para o coordenador de ações estratégicas do Inca, a baixa letalidade do câncer de pele não-melanoma, que é o tipo menos agressivo da doença, faz com que os governos tratem com menos ênfase a questão.

“Essa doença não tem o mesmo status das demais nas políticas públicas”, disse Marco Porto. “É preciso política específica para esse câncer”, defendeu.

Para se proteger dos raios solares nocivos, não tem outra maneira a não ser seguir todas dicas já proferidas à exaustão: uso de protetor solar, roupas de manga comprida, bonés, viseiras e afins, mesmo em ambiente urbano.

Em seguida do câncer de pele não-melanoma, virão os cânceres de próstata, mama, pulmão, cólon e reto, estômago e colo de útero.

Isoladamente, o câncer de próstata será o tipo que mais cometerá os homens, se excetuado o câncer de pele.

Entre o sexo feminino, o câncer de mama será o mais incidente, de acordo com o Inca.