“Aqui ninguém sai à noite por medo de ser assaltado”, afirmou Leônidas Martins dos Santos, 52 anos, morador na rua Flávio Humberto Rebizzi, uma via de terra localizada no bairro Oásis Paulista, área de chácaras e distante cerca de 200 m do principal trevo de entrada da cidade. “Depois que o pessoal roubou as luzes e os fios há dois anos, esta rua não tem mais iluminação”, disse Santos. Em 2 km de via, há cerca de 30 postes de iluminação que sofreram atos de vandalismo. Os fios foram cortados, não há lâmpadas e várias luminárias de alumínio também foram furtadas.

Morador há 15 anos no mesmo local, Humberto Martinez, 17 anos, foi obrigado a estudar pela manhã por causa da falta de iluminação na rua. Seu pai, Dionísio Martinez, 63, portador de deficiência física, também sofre com o problema. “Se ele passar mal à noite, sabemos que ninguém chegará aqui para socorrer”, disse o filho. Ali perto, na rua Edmundo Luiz de Nóbrega Teixeira, próxima ao estádio municipal Edmundo Luiz Nóbrega Teixeira, o Teixeirão, os equipamentos também foram furtados e os moradores vivem na escuridão há, pelo menos, três anos.

O mesmo problema ocorre nas ruas Bélgica, Brasil e Argentina, no bairro Pouso Alegre. Há 15 dias, o ajudante de obras J.E., 47 anos, que não quis ser identificado, teve seu relógio de pulso e dinheiro roubados por quatro jovens armados quando voltava do trabalho de bicicleta pela rua Bélgica.

Eletropaulo – Grupo de vereadores da cidade, liderado por Edvaldo Francisco Guerra, levantou mais de 200 luzes apagadas ou quebradas por 18 bairros da cidade. O secretário de Governo de Rio Grande da Serra, Amilton José dos Santos, disse que a responsabilidade é da Eletropaulo.

A Eletropaulo informou, por meio da assessoria de imprensa, que tem reposto os cabos elétricos nas referidas ruas “regularmente”. Na rua Bélgica, por exemplo, desde maio de 2002 a troca já ocorreu seis vezes – teriam sido gastos cerca de 450 metros em fios.