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Ceia de Natal ficará
até 12% mais cara
Por Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
03/12/2010 | 07:04
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Consumidores devem preparar o bolso na hora de comprar itens para a ceia de Natal. Neste ano, a variação média dos preços de 17 itens tradicionais subiu 12,15% entre dezembro de 2009 e novembro deste ano.

A pesquisa realizada pelo Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) tem como base a inflação do item alimentação do IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado) -, que foi de 7,73% no mesmo período.

De acordo com o levantamento, as carnes utilizadas na ceia natalina lideram o ranking dos itens que mais encareceram. O preço do lombinho suíno, por exemplo, está 14,99% mais caro em relação ao Natal de 2009, seguido do frango inteiro (10,21%) e do pernil suíno (9,71%).

Na comparação de novembro de 2009 ante dezembro de 2008, as variações registradas para esses mesmos tipos de carnes foram negativas: o lombinho suíno recuou 9,58%, o frango, 7,26%, e o pernil suíno, 6,18%.

Outros importantes complementos de mesa também registraram alta em seus preços entre dezembro de 2009 e novembro: as frutas encareceram 10,90% e o vinho, 6,39%.

Segundo o vice-presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados), Orlando Morando, a alta no valor das carnes está atrelada à entressafra dos últimos 60 dias. "Os pastos estavam secos e, com isso, o gado teve que ser alimentado com ração, o que gerou custo maior e, consequentemente, foi repassado ao consumidor."

Para ele, os preços das carnes devem baixar a partir de janeiro, já que nesse período as chuvas são mais frequentes.

Morando não concorda com a pesquisa no que diz respeito aos vinhos. "Os importados estão mais baratos do que em 2009, pois hoje o câmbio é muito mais favorável, já que o dólar caiu. As bebidas nacionais pode ser que estejam mais caras."

Isso justifica o preço do bacalhau, que caiu 4,15% em relação ao ano passado e 16,62% em relação a 2008. "O câmbio favoreceu a importação do item, que também é bastante presente na ceia", afirma Morando.

Quanto às frutas, a justificativa é simples: lei da oferta e da procura. "Na primavera-verão o consumo de frutas é maior", afirma o vice-presidente da Apas.

Para Morando, o fator positivo apontado pela pesquisa se refere ao aumento do consumo das famílias - ocasionado pelo crescimento da renda do trabalhador e sua percepção sobre a economia.

"Quanto maior o volume de pessoas consumindo, maior precisa ser a oferta. E isso, infelizmente, não acontece. Não deveria ser assim, não podemos ter problemas de abastecimento".

GRANDE ABC - O técnico agrícola da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) Fábio Vezzá De Benedetto confirma que na região não será diferente.

"Neste ano o preço dos produtos subiu muito. Desde a carne até o feijão. Isso será refletido no momento em que as pessoas saírem para fazer suas compras de Natal."




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