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G-8 perdoa dívida multilateral de 18 países pobres
Da AFP
11/06/2005 | 13:40
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O ministro das Finanças da Grã-Bretanha, Gordon Brown, anunciou oficialmente neste sábado a conclusão de um acordo para o perdão de 100% da dívida multilateral de 18 países pobres. A decisão foi tomada durante o encontro do G-8 (Grupo dos sete países mais ricos do mundo e a Rússia), realizado em Londres. Com isso, serão anulados "imediatamente" US$ 40 bilhões de dólares da dívida multilateral.

O perdão total da dívida dos 27 países pobres endividados diz respeito a US$ 56 bilhões, dos quais US$ 6 bilhões devidos ao FMI (Fundo Monetário Internacional), US$ 44 bilhões ao Banco Mundial e US$ 5 bilhões ao BAD (Banco Africano de Desenvolvimento). Os Estados Unidos, que a princípio pediam que o perdão da dívida fosse condicionado à redução da ajuda a estes países, decidiram concordar com a proposta britânica, viabilizando, enfim, o acordo.

Em contrapartida, as questões do aumento da ajuda ao desenvolvimento, que representam o outro lado deste debate, foram pouco abordadas nos dois dias da reunião (sexta-feira e sábado). O tema deve ser um dos pontos cruciais da Cúpula dos chefes de Estado e Governo do G-8 em Gleneagles, na Escócia, de 6 a 8 de julho.

Os países pobres, entre eles Bolívia, Honduras, Nicarágua e Guiana, contraíram dívidas multilaterais com organismos financeiros como o FMI, o Bird (Banco Mundial) e o BAD.

"Pela primeira vez na vida, 280 milhões de africanos vão despertar amanhã sem dever (...) um tostão da dívida que os incapacita, assim como a seus países, há longo tempo", declarou o roqueiro Bob Geldof, da Banda irlandesa U2 e organizador dos concertos Live 8.

De acordo com o documento, o crescimento da economia mundial será forte em 2005, embora com ritmo menor que em 2004. "O crescimento em 2005 será forte, mas terá ritmo mais moderado que em 2004", destacou o G-8 em seu relatório final. "Os altos preços do petróleo representam uma séria preocupação, porque prejudicam o crescimento econômico", continua o informe.

Os ministros das Finanças do G-8 pediram aos países produtores e consumidores de petróleo que reconheçam "seus próprios interesses em garantir os futuros abastecimentos de cru".

O ministro da Fazenda do Brasil, Antônio Palocci, participou da reunião como convidado e disse, em declarações paralelas ao encontro, que o Brasil atingirá os "Objetivos do Milêmio" de reduzir à metade a pobreza daqui a 2015.

Segundo Brown, o FMI possui seus próprios recursos que vão ser utilizados e os países doadores se comprometeram a fornecer suplementares, cumprindo com suas obrigações.

Os 18 países a serem beneficiados são Benin, Bolívia, Burkina Faso, Etiópia, Gana, Guiana, Honduras, Madagascar, Mali, Mauritânia, Moçambique, Nicarágua, Níger, Ruanda, Senegal, Tanzânia, Uganda e Zâmbia. Nos próximos 12 a 18 meses, nove outros países serão beneficiados, o que envolverá um montante suplementar de US$ 11 bilhões.




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