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Atila e Chiquinho estão fora de sintonia
Por Mark Ribeiro
do Diário do Grande ABC
29/08/2011 | 07:21
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Mal foi criado e o movimento intitulado de ‘a nova oposição' em Mauá já dá os primeiros sinais de desgaste, fruto da relutância do vereador Atila Jacomussi (PV, migrando para o PPS) em cogitar qualquer possibilidade para a eleição de 2012 que não seja sair candidato a prefeito. O posicionamento vai na contramão da proposta "sem vaidades" pregada pelo ex-prefeiturável Francisco Carneiro, o Chiquinho do Zaíra (PTdoB), que admite abrir mão de encabeçar a chapa, mas cobra a mesma disposição do parlamentar até a obtenção de consenso do grupo.

"Tenho compromisso com o Jacó (o ex-vereador Admir Jacomussi, pai de Atila e presidente municipal do PRP). Estaremos todos juntos, mas não pode haver vaidade", alerta Chiquinho, candidato derrotado nos últimos três pleitos ao Paço (2000, 2004 e 2008) e principal figura histórica da composição.

Restando mais de um ano para a eleição, ele não arrisca dizer quem estaria mais preparado para liderar o movimento. A cautela permeará as discussões até a realização de pesquisas que apontem "qual é o desejo popular". "Abriria mão de ser candidato a prefeito com tranquilidade, como tenho certeza que o Atila também cederia. Definir nome agora é prematuro."

Mas a confiança de Chiquinho não se reflete na postura incisiva de Atila em garantir que buscará o comando da Prefeitura. O verde tem o respaldo de ser o vereador mais votado da história de Mauá, quando, em 2008, conquistou 8.432 votos - no dia seguinte ao pleito anunciou que concorreria ao Executivo em 2012.

"Não existem dois onde existe uma só palavra", filosofa o parlamentar, após ser questionado sobre a incompatibilidade de interesses da dupla, com ambos garantindo ser pré-candidatos à cabeça da chapa. A fala sugere que o compromisso de Chiquinho com a família Jacomussi consiste no ex-prefeiturável concorrer a vice-prefeito.

Mais adiante, Atila indica que a articulação da ‘nova oposição' esfriou nas últimas semanas, ao aventar inclusive a hipótese de partir para a corrida com outro vice. "No meu foro íntimo o Chiquinho é o melhor nome, mas isso ainda será conversado com o grupo (PPS)."

Desistir jamais - Apesar da sequência de derrotas nas urnas (além das três eleições ao Paço, candidatou-se a deputado estadual, em 2002, e a federal, em 2006 e 2010, sempre sem êxito) Chiquinho do Zaíra se mantém motivado para mais uma candidatura para comandar o Executivo. "Uma hora vai chegar o nosso momento. E há grandes chances de que chegue em 2012, porque a população está de saco cheio", diz, combatendo a administração atual, do prefeito Oswaldo Dias (PT), e a passada, de Leonel Damo, de quem foi aliado e secretário de Governo.

"Precisamos ter posição política. Tenho independência para fazer o que quero. Não é porque perdi eleição que vou me afastar. Desistir, jamais."

A empolgação é freada por Atila Jacomussi. "A história tem de ser respeitada, mas política é feita de momento", conclui.




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