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Rocha artificial criada com fragmentos de pedras naturais é mais resistente e versátil
Por Fred Furtado
Da Ciência Hoje/RJ
20/07/2009 | 07:01
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O Brasil já pode produzir rochas artificiais. Criadas a partir de sobras da extração de rochas naturais, como o mármore, essas rochas são tão ou mais resistentes que as originais e capazes de serem moldadas em formas variadas. O produto não apenas valoriza os resíduos da atividade extrativa como abre oportunidades no mercado de pisos e azulejos, e de produtos com geometria complexa, como mobiliário.

A iniciativa é do INT (Instituto Nacional de Tecnologia) e tem como objetivo dar destinação aos resíduos finos produzidos durante a extração das rochas.

"Sobras grandes poderiam ser transformadas em brita, mas a grande quantidade de material produzida faria com que o preço desse produto caísse até não ser mais economicamente interessante", explica o engenheiro José Carlos da Rocha, da DPCM (Divisão de Processamento e Caracterização de Materiais) do INT.

Os pesquisadores então tiveram a ideia de usar os resíduos para criar uma rocha que fosse o mais semelhante possível à original. Para tanto, moeram as sobras e uniram os fragmentos com resina. O resultado foi um material moldável, com menor fragilidade e mais leve que a rocha natural. Além disso, é possível mexer com as cores da rocha artificial, criando peças exclusivas. Outra vantagem é o custo.

"Hoje, bancadas de granito ou de mármore para cozinhas, por exemplo, não incluem as pias, ou, quando as incluem, têm preços muito altos. A rocha artificial diminui o custo dessas peças", revela Rocha.

O engenheiro conta que a criação de rocha artificial já era feita no exterior, mas que o Brasil ainda não dominava a tecnologia. Com isso, as sobras eram vendidas para o mercado europeu por um preço baixo e depois as peças prontas eram compradas novamente por um valor elevado. Por isso, o objetivo do grupo foi incrementar as tecnologias existentes e criar uma versão nacional.

Os pesquisadores estão patenteando a técnica e agora aguardam o resultado do estudo de viabilidade econômica. Com isso, iniciarão o repasse da tecnologia para empresas que já demonstraram interesse, o que deve acontecer em cerca de três meses. 




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