Promotoria decide investigar se Antonio Aldevino Neto, assessor de Cida Ferreira, recebe dinheiro público para não trabalhar no Legislativo
O Ministério Público decidiu investigar o suposto caso de funcionário fantasma na Câmara de Diadema. Na segunda-feira, o Diário mostrou que assessor parlamentar da vereadora Cida Ferreira (PMDB) burlou sistema do RH (Recursos Humanos) da Casa e registrou presença em dias que ainda estavam por vir, com anuência da peemedebista.
A Promotoria de Justiça da cidade não forneceu muitos detalhes sobre a apuração. Não informou quem será convocado ou ritos da investigação. Só confirmou o ato por meio de assessoria de imprensa do órgão estadual e depois de três dias de estourar o episódio.
O Diário revelou que Antonio Aldevino Neto, conhecido como Netinho, fraudou espelho de ponto – a equipe de reportagem teve acesso ao documento com exclusividade. Colegas dele no Legislativo relataram que Netinho não aparecia na Câmara há quase dois meses e que por muitos dias esteve na praia de Paraty, no Rio de Janeiro, em horário de expediente.
Netinho negou ser funcionário fantasma no gabinete de Cida Ferreira e disse que assinou presença em dias que estavam por vir por não ter visto a folha corretamente. Depois da denúncia, Cida solicitou outro documento à presidência da Câmara para retificar as informações e protocolou o espelho com os dados corrigidos.
“Isso é uma folha de ponto. É como cartilha que vem do RH. Não vem mensalmente, ela já chega do ano inteiro. Pode ser que foi equivocado e as assinaturas passaram despercebidas. Porque você vai seguindo uma sequência”, declarou o servidor, argumentando ser assessor parlamentar de rua, não de gabinete.
Enquanto o MP decidiu investigar o caso, a presidência do Legislativo se recusou a apurar a situação. A direção da Casa alegou que o documento fraudado não foi protocolado junto à mesa diretora e que, por isso, não há elementos oficiais para abertura de sindicância. Nenhum vereador registrou queixa sobre o caso.
Nem mesmo a denúncia fez o comando da Câmara, hoje sob tutela de José Dourado (PSDB), agilizar projeto para modernizar o sistema de RH. Atualmente, o servidor indica em folha de papel os dias e horários trabalhados, informações que são rubricadas pelo vereador responsável pelo funcionário. A chefia do Legislativo não tem outro mecanismo de fiscalização.
Pelo cargo, Netinho recebe 3.628,72 mensais e tem direito a telefone corporativo, pago pela Casa. Desde a denúncia, na segunda-feira, foi a todos os dias para a Câmara.
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