Promotores do Gaerco (Grupo de Atuação e Repressão ao Crime Organizado) do ABC ouvem nesta terça-feira Orlando Rocha e José Raimundo, diretores da Flash Comunicações Ltda., do Mato Grosso do Sul (MS). O Gaerco investiga suposto esquema de corrupção na Prefeitura de Mauá em 2000 para beneficiar candidaturas do PT. O esquema foi denunciado pelo secretário de Habitação de Mauá, Altivo Ovando Junior, que ocupou a mesma pasta na gestão do prefeito Oswaldo Dias (PT).

Segundo os promotores, Ovando Junior disse que o PT teria exigido R$ 1,8 milhão do grupo Peralta Investimentos e Participações para as campanhas de Marta Suplicy (São Paulo) e Oswaldo Dias. Na ocasião, o grupo estudava construir o Mauá Plaza Shopping. O dinheiro seria dividido em seis parcelas. Ovando Junior afirmou, conforme os promotores, que Valdemir Garreta (coordenador de comunicação de Marta) teria feito o pedido. Em nota, Garreta informou que a denúncia era mentirosa.

Os promotores pretendem esclarecer a emissão de nota fiscal da Flash em nome da Brasterra Empreendimentos, empresa do grupo Peralta, no valor de R$ 252 mil, descrevendo serviços de produção e finalização de um vídeo institucional de três minutos. O promotor Amaro José Thomé Filho explica que Armando Jorge Peralta, ex-sócio do grupo, negou qualquer tipo de negociação com a Flash. Já a Flash informou que a nota fiscal foi cancelada em decorrência da não-concretização dos serviços propostos.