Política Titulo Dois anos de negociação
Donisete assina acordo de dívida histórica

Empréstimo de R$ 130 mi, em 1991, originou passivo ampliado em 2.207%, que chegou a R$ 3 bi

Por Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
31/01/2015 | 07:00
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Andréa Iseki/DGABC


Depois de dois anos de idas e vindas a Brasília, o prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), finalmente assinou a repactuação de dívida histórica com o Tesouro Nacional, que limpa o nome da cidade e permite aquisição de empréstimos e financiamentos para investimentos. O passivo de R$ 3 bilhões foi reduzido a R$ 482,54 milhões, que será pago ao longo de 20 anos, em 240 parcelas de R$ 2,71 milhões, equivalente a 60% da fatia do município no FPM (Fundo de Participação dos Municípios), que gira em torno de R$ 5 milhões mensais.

“Consegui cumprir o meu papel de administrador público. A cidade estava usando o cheque especial, cartão de crédito e não pagava nem o valor mínimo. Reestruturamos as finanças do nosso município, vamos receber em torno de R$ 20 milhões do FPM neste ano. Era um iceberg e que conseguimos vencer, apontando futuro fiscal e orçamentário melhor para a cidade”, comemorou Donisete.

A dívida bilionária teve origem em financiamento junto à CEF (Caixa Econômica Federal) de Cr$13,7 bilhões (equivalente hoje a R$ 130 milhões), em 1991, pelo então prefeito Amaury Fioravanti, para as obras de canalização dos córregos Corumbé, Bocaina e Tamanduateí, executadas em 1992. O acordo não foi honrado pelo próprio Fioravanti, por seu sucessor José Carlos Grecco (1993 a 1996), pouco amortizado nas duas primeiras gestões de Oswaldo Dias (1997 a 2004) e não quitado por Diniz Lopes (2005).

Em 2006, quando o prefeito era Leonel Damo (PMDB), a dívida foi transferida da CEF para o Tesouro Nacional. Com cobranças de juros em cima de juros, o passivo vinha crescendo em torno de R$ 200 milhões ao ano até chegar aos atuais R$ 3 bilhões, que representa variação de R$ 2.207% em relação ao montante original.




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