Economia Titulo Retomada
Karmann abre contas a funcionários e prevê crescimento de 44%

Nova gestão tem objetivo de aumentar a transparência; previsão para este ano é elevar faturamento médio mensal de R$ 9 mi para R$ 13 mi

Por Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
20/01/2015 | 07:09
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Orlando Filho/DGABC


Expandir o faturamento mensal de aproximadamente R$ 9 milhões em 44% até o fim do ano. Em seguida, ampliar mais 30% até o fim de 2017, para R$ 17 milhões por mês. Este é o plano da nova gestora da empresa de estamparia e usinagem Karmann Guia, de São Bernardo, o Grupo Nardini. Faz parte dele, naturalmente, acertar todo o passivo trabalhista dos cerca de 600 funcionários, que geram R$ 1,8 milhão por mês de folha de pagamento, ao longo desta retomada.

Ontem, a diretoria da companhia abriu seus números a uma comissão de 20 trabalhadores para explicar a situação dos atrasos nos pagamentos. Como seu maior cliente teve férias coletivas entre 10 de dezembro e esta semana, a Karmann ficou sem pedidos e grande parte do faturamento.

Com a presença do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, os profissionais entenderam a situação da empresa. Aceitaram, em nome da maioria, após paralisação durante a manhã, receber os salários dos dias 15 e 30 deste mês em 5 de fevereiro, explicou o coordenador da entidade na Karmann, Valter Saturnino Pereira, o Valtinho.

A postura da nova gestão da empresa, que adquiriu a Karmann em julho, é de ampliar ao máximo a transparência. Isso significa abrir os resultados para os potenciais e atuais clientes e garantir, assim, credibilidade, explicou a diretora Monica Marani. A estratégia é simples, disse ela. Mostrar que a Karmann é uma fornecedora que não atrapalhará, de maneira alguma, a linha de produção do seu cliente.

Entre os desafios que a nova gestão encontrou na Karmann foi a inércia na atividade comercial. De julho até ontem, a companhia tem dedicado esforços na prospecção de clientes e manutenção dos atuais.

Os esforços, ao que parece, surtiram resultado. Ontem foi confirmado pedido de ferramentaria para a empresa sistemista mineira Etra. Além disso, faz parte do portfólio da Karmann projeto de estamparia de porta automotiva que é responsável por 70% da sua receita. A demandante é uma montadora que não está localizada no Grande ABC. Além disso, há a usinagem de bad plates (peças de hélices) para empresa que atendem o mercado de energia eólica.

A diretora garante que há conversas, em fase avançada, de projeto ao setor naval nuclear e conta que algumas montadoras abriram as portas para dialogar, novamente, com a empresa, que antes era uma das principais parceiras das gigantes do setor automotivo do País.

DO VINHO À ÁGUA - O grande impacto na receita da companhia ocorreu entre o fim de 2013 e o primeiro trimestre de 2014, quando a Volkswagen decidiu eliminar a linha de produção da Kombi e do Gol G4. Esses veículos recebiam peças da Karmann e representavam quase metade da receita da empresa.

O faturamento, que girava em torno de R$ 22 milhões mensais, chegou a atingir, após o fim do fornecimento para os dois veículos da Volks, R$ 4,5 milhões – queda de 79% – já nos meses seguintes. De julho até hoje, no entanto, a receita saltou 100%, girando em torno de R$ 9 milhões, graças aos projetos já captados e pequenos serviços para empresas de vários setores.

Nos últimos sete anos, a Karmann já mudou de comando quatro vezes. Em 2008, ela foi adquirada pelo Grupo Brasil; em 2012, pelo Grupo ILP; em seguida por um empresário do setor e, em julho de 2014, pelo Grupo Nardini.


Sindicato está confiante sobre segunda parcela do 13º

O coordenador do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC na Karmann Guia, Valter Saturnino Pereira, o Valtinho, disse que a preocupação dos trabalhadores agora é com os pagamentos garantidos para o dia 5 e também com a continuidade da companhia em plena atividade. Isso porque a segunda parcela do 13º salário foi prometida para pagamento na sexta-feira. “Esperamos que a empresa cumpra com a obrigação dela, com o acordo que foi feito, assinado pela ‘dona’ Monica junto com o sindicato, protocolado e reconhecida firma”, disse Valtinho.

“A preocupação nossa agora é com essa dívida que acumulou durante o mês de dezembro, e o mês de janeiro, que são dois pagamentos juntos, que serão pagos no dia 5 de fevereiro”, afirmou.  




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