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Com festa, Medina volta na crista da onda

Campeão mundial de surfe desembarcou ontem em
Guarulhos enrolado em bandeira e carregando troféu

Felipe Simões
Do Diário do Grande ABC
24/12/2014 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


“Medina! Medina! É campeão! É campeão!” Foi sob estes gritos que o surfista Gabriel Medina, 21 anos, chegou ontem à tarde em solo brasileiro após conquistar o Mundial de Surfe na sexta-feira, no Havaí, em título inédito para o País.

Apesar de o voo de chegada de Los Angeles, nos Estados Unidos, ter aterrissado somente por volta de 13h45, o movimento no Terminal 3 do Aeroporto Internacional de Guarulhos começou bem antes, por volta de 12h30. Além de familiares que esperavam seus parentes chegarem de viagem, cerca de 150 curiosos e fãs do surfista se aglomeravam juntos da imprensa ao lado de fora do portão de desembarque.

O primeiro a surgir foi Alejo Muniz, brasileiro que deu uma mãozinha para Medina ao eliminar o norte-americano Kelly Slater e o australiano Mick Fanning da última etapa do Circuito Mundial, na praia de Pipeline, no Havaí. Festejado por alguns, ele retribuiu o gesto, mas não se demorou no saguão. Afinal, a festa era de Medina.

Antes do jovem surfista surgir no corredor, sua mãe, Simone, apareceu e acenou para os presentes. Logo depois veio a grande estrela da festa, seguido do técnico e padrasto Charles Serrano – grande incentivador de sua carreira. O jovem campeão surgiu enrolado na Bandeira do Brasil e carregando o troféu – o primeiro da história do surfe nacional.

Quando Medina começou a se aproximar, público e imprensa se misturaram com cerca de 20 policiais militares em um verdadeiro formigueiro humano, barulhento e vagaroso, com muitos flashes e microfones, todos tentando captar um momento do novo ídolo brasileiro, que entrou em um utilitário preto e foi para um hotel próximo.

Um dos que conseguiram contato foi Nicolas Souza, 22, surfista de Caieiras, que estava trajado com uma camiseta com o nome de Medina e uma Bandeira do Brasil. Sua felicidade era por ter tocado no campeão. “Estou felizão com o título. Sempre acompanhei a carreira dele (Medina). Consegui encostar nele e falar ‘valeu, Medina, é campeão’.

Acompanhei a última etapa pela televisão. Quando o Alejo (Muniz) tirou o (Mick) Fanning no Havaí, foi muita comemoração com o pessoal lá de casa, que é todo surfista. Sempre que dá estamos indo para a praia surfar”, disse.

A euforia de Nicolas era a mesma de muitos que acompanhavam a passagem de Medina, sabendo que ele pode ser, como fora o ex-tenista Gustavo Kuerten na década de 1990, um ícone do esporte brasileiro. O título mundial pode ser o primeiro de muitos. Afinal, Medina tem só 21 anos e vai inspirar muitas crianças com a proeza alcançada no Havaí.

Surfista espera tornar o esporte mais conhecido e popular no País

Tornar o surfe um esporte nacional. Este é o desejo de Gabriel Medina, que concedeu entrevista coletiva no início da noite de ontem, em São Paulo.

“O surfe do Brasil, antes da minha conquista, não era um esporte principal. Com certeza com isso (título) abriu as portas. Espero que cresça mais e se torne um dos principais (esportes) do País”, destacou o surfista, que se disse feliz por ter sido comparado a Gustavo Kuerten e Ayrton Senna, brasileiros protagonistas no tênis e na Fórmula 1, respectivamente.

“É uma honra ser comparado ao Guga e ao Ayrton Senna, que representaram bem o Brasil. Nossa personalidade (em relação a Senna) é muito parecida. Ele era frio”, disse. “É uma honra fazer parte desse time.”
Medina participaria de carreata hoje pela manhã, em São Sebastião. Porém, devido às chuvas na região e em respeito às pessoas que tiveram perdas, o evento foi cancelado.




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