Economia Titulo Queda
Lançamentos de imóveis caem 50,6%
Por Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
27/11/2012 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


O ritmo mais lento da economia neste ano, que impactou o volume de imóveis vendidos e contribuiu para que os estoques aumentassem, fez com que as construtoras atuantes no Grande ABC colocassem o pé no freio dos lançamentos. No terceiro trimestre, o volume de novas unidades recuou em 50,6%, para 1.249, na comparação com o mesmo período no ano passado, quando o total de apartamentos lançados chegou a 2.528. Não com a mesma intensidade, as vendas também diminuíram (25,9%) de julho a setembro, somando 1.923 imóveis. Os dados integram pesquisa da Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC), divulgada ontem na sede da entidade.

Em relação ao segundo trimestre, os lançamentos recuaram 17,1%. As vendas, por outro lado, permaneceram praticamente inalteradas, com redução de 3,1%.

Diante do cenário, as construtoras realizaram promoções para aumentar as comercializações de imóveis prontos e em construção, com descontos de até 10% no caso de unidades com mais de 130 m² de área útil. A tática surtiu efeito e os estoques diminuíram 27,6%, de 4.610 unidades em setembro do ano passado para 3.336. Segundo o presidente da Acigabc, Milton Bigucci, os números estão próximos a boa média, que gira entre 2.000 a 3.000 apartamentos. "Considerando que no mercado da região são lançadas em torno de 8.000 unidades por ano e 25% disso são estoque."

Bigucci reconheceu que os lançamentos deste ano foram maiores do que o que poderia ser absorvido pela população. "Se não houvesse as promoções, teríamos um monte de unidades paradas. Por isso a redução dos estoques foi uma grande notícia, já que o recuo estimula mais lançamentos."

Para o presidente da Acigabc, as construtoras devem analisar o mercado com mais cautela antes de decidir pelo projeto. "O cenário preocupa. Não dá para comprar terreno e sair construindo sem verificar o que tem mais demanda."

Sua própria construtora, a M.Bigucci, segurou dois lançamentos no terceiro trimestre, de imóveis espaçosos, por conta de boa parte do estoque da região ser composto por unidades com áreas maiores - que também são as mais caras. Questionado sobre a inadimplência dos financiamentos para a compra da casa própria, Bigucci disse que a taxa segue baixa, entre 4% e 5%. "Quando se trata do seu imóvel, o cidadão vira o mundo, mas não deixa de pagar o seu bem."

EXPECTATIVA - Quanto à perspectiva para os próximos meses nas sete cidades, o presidente da Acigabc acredita que as vendas e os lançamentos devem ser retomados no último trimestre. Tudo depende, também, segundo ele, das notícias externas, como a recessão nos países europeus.

A aposta, diz Bigucci, continua sendo feita em imóveis de dois e três dormitórios, porém, com áreas menores, entre 60 m² e 80 m², voltados à classe média. Os preços seguem salgados, de R$ 300 mil a R$ 500. Ele justifica que boa parte se explica pelo custo da mão de obra, que subiu bastante e não vai diminuir, mesmo que as vendas não acompanhem. "Nunca um profissional da construção civil ganhou tanto. E os salários não serão reduzidos." O preço do metro quadrado, em torno de R$ 5.000, ainda está abaixo do cobrado por bairros vizinhos ao Grande ABC, como o Ipiranga, onde o preço chega a R$ 7.000.

 

 




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