O Grande ABC registrou na manhã de ontem a primeira morte de um policial militar ativo na corporação executado a tiros. A vítima fatal foi o cabo Marco Volnei Zacarias Pilatti, 42 anos, do 40º Batalhão, que estava há 22 anos na corporação. O crime aconteceu no bairro Cooperativa, em São Bernardo.

Por volta das 6h30, Pillati passava de moto pela Estrada Samuel Aizemberg, minutos antes de chegar ao batalhão para trabalhar, quando foi abordado por dois homens em uma motocicleta, na altura do número 566. Ele estava com a farda por baixo da capa de chuva e parado em semáforo com o sinal vermelho.

A Polícia Civil, que investiga o caso, trabalha com a hipótese de que os dois bandidos tentaram roubar a moto de Pillati, mas, ao identificarem que se tratava de um policial militar, efeturam três disparos contra ele. O cabo foi atingido duas vezes no pescoço e uma no rosto. Socorrido, não resistiu aos ferimentos de bala.

O policial morava na Praia Grande, litoral Sul de São Paulo, e fazia esse trajeto todos os dias para chegar à 3ª Companhia da Polícia Militar, no Parque dos Pássaros, onde trabalhava. Após efetuarem os disparos, os bandidos levaram a moto de Pillati, mas o alarme cortou a ignição do veículo, que foi abandonado a cerca de 200 metros do local.

Os familiares da vítima estiveram presentes durante a tarde ao IML (Instituto Médico-Legal) de São Bernardo para liberação do corpo, mas preferiram não comentar o ocorrido. O velório de Pillati será realizado hoje, às 14h, no Cemitério Municipal de Praia Grande.

Para o coronel José Belantoni Filho, comandante interino da Polícia Militar no Grande ABC, o assassinato não é motivo para ligar sinal de alerta na corporação da região. "A morte dele não foi por razões pessoais. O crime foi em decorrência de uma tentativa de assalto. Lamentamos o acontecido e vamos intensificar forças para identificar e prender os culpados. Já reforçamos o policiamento nas proximidades e cidades vizinhas", comentou o coronel.

OUTRAS MORTES

Pillati é o quinto policial militar morto neste ano no Grande ABC. Em agosto, um integrante da Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas) foi atropelado por dupla acusada de roubar um veículo, durante operação em Diadema.

Em setembro, foram registradas três vítimas fatais que integravam parte da Polícia Militar da região. Um policial morreu após acidente de moto na Rodovia Imigrantes fora do horário de trabalho. Os outros dois casos foram de aposentados da corporação baleados enquanto faziam ‘bico' de vigia, um na Vila Pires e outro na Vila América, ambas em Santo André.

Região Metropolitana e Capital registram 9 mortes em 14 horas

A Capital e a região metropolitana de São Paulo tiveram mais um dia violento, com pelo menos nove mortos entre as 19h de quinta-feira e as 9h de ontem.

Além do policial de São Bernardo, na Zona Oeste de São Paulo, duas pessoas foram mortas atingidas por disparos de atiradores que estavam em motos. Em Itapevi, cidade da Região Metropolitana, um indigente foi encontrado morto. Uma mulher também foi achada morta, degolada, no Parque Dom Pedro, em São Paulo. Em Cidade Tiradentes, na Zona Leste, um homem foi encontrado sem vida ao lado de sua moto CG Titan, por volta da 0h de ontem.

Pelo menos três pessoas foram mortas em supostos confrontos com policiais, na Vila Alpina, Campo Limpo e Parque Edu Chaves, todos na Capital.