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Novo símbolo da terceira idade começa a ser adotado

Campanha busca eleger os primeiros lugares onde imagem dos maiores de 60 anos vai aparecer

Por Andréa Ciaffone
do Diário do Grande ABC
21/01/2014 | 07:07
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Todo mundo quer viver bastante, mas ninguém quer ficar velho. Por isso, o símbolo da terceira idade que mostra um sujeito intensamente curvado apoiado numa bengala, que hoje sinaliza os espaços especiais reservados a idosos no transporte público, nas filas de bancos e supermercados e nas vagas de estacionamento, é percebido por muita gente como algo inexato, desconfortável e até pejorativo.

Justamente para aposentar esse símbolo de decreptude e instaurar outro que seja mais correspondente à realidade dessa faixa etária, o movimento Nova Cara da Terceira Idade deu início ao processo de mudança do pictograma (desenho que simboliza uma condição ou atividade) por meio de um concurso entre designers e uma consulta popular, que elegeu o novo símbolo em setembro. “Agora chegou a hora de levar a nova imagem para as ruas”, diz o publicitário Max Petrucci, 46 anos, dono da agência de publicidade Garage e mentor do movimento. Para dar mais um empurrão, a agência criou uma campanha em que as pessoas indicam os locais onde desejam que as placas sejam trocadas. Para opinar, basta acessar o site www.novacaraterceiraidade.com.br. A BrasilPrev está patrocinando a iniciativa e vai bancar as primeiras dez trocas.

“Agora, a popularização do novo pictograma depende das empresas começarem a adotá-lo. Notamos interesse grande dos shoppings centers e de outras empresas que percebem o impacto positivo da imagem atualizada”, diz Petrucci.

Em relação às placas públicas, o ritmo é outro. Primeiro é preciso esperar a conclusão do processo de aprovação pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). “Assim que essa aprovação sair, todas as placas ou pinturas públicas que forem feitas ou instaladas terão o novo símbolo. As já existentes serão substituídas”, diz Petrucci. “Seria economicamente inviável trocar tudo de uma vez.”

O publicitário chega a ver uma vantagem na coexistência dos dois símbolos durante algum tempo. “As pessoas vão perceber claramente o quanto evoluiu a visão que o brasileiro tem dos maiores de 60 anos e de como a autoestima desta faixa etária está aumentando.”

Os representantes da terceira idade concordam com a necessidade de renovar o ícone. “Hoje, as pessoas têm maior longevidade e mais qualidade de vida. Na verdade, há muitos maiores de 60 anos que estão em condições físicas melhores que muitos jovens”, observa o diretor de políticas sociais da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Grande ABC, Luiz Antonio Rodrigues. “A sociedade precisa entender que tem que ter respeito pelo idoso por sua experiência de vida e não por causa da fragilidade física, que pode até nem existir.”
 




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