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Em pleno verão, impasse deixa bairros sem água por dias

Moradores estão até quatro dias sem abastecimento; promessa é que serviço volte hoje

Por Rafael Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
10/01/2014 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


Calor de até 34º C em pleno verão. Sede e suor se misturam. Mas para parte da população de Santo André, tomar um copo d’água ou um banho gelado é missão impossível. Isso porque pelo menos dez bairros, segundo apurou a equipe do Diário, estão sem abastecimento desde segunda-feira.

A maioria das pessoas afetadas tem de apelar para rotina diferente: banho na casa de familiares e amigos, usar banheiros públicos, como de shoppings ou lanchonetes, trocar de roupa sem colocar a mesma para lavar, comer fora e comprar água para poder beber.

“Mexe com toda a estrutura da gente”, disse o aposentado Dirceu Costa, 60 anos, morador do Jardim Stella. Sem alternativas, ele aproveitou a chuva da tarde de ontem para poder tomar banho após três dias. “Só assim a gente consegue”, completou.

O também aposentado Carlos Francisco Montanhini, 66, do Jardim do Pilar, aproveitou o acúmulo da chuva na valeta da calçada de sua casa para recolher a água em baldes.

“Só assim poderei dar descarga (no vaso sanitário)”, disse, carregando os três baldes que conseguiu coletar. “Não é só a gente que precisa de água, mas os animais e plantas.”

Na residência da dona de casa Maria José de Lima, 54, na Vila Palmares, a prevenção livrou a família de ficar na seca. “Temos duas caixas- d’água. Assim, quando o abastecimento volta, consegue pelo menos encher uma inteira”, disse.

Entre as várias reclamações, os moradores dizem que o problema tornou-se recorrente desde meados de 2013. “Me sinto completamente desamparado, sem vontade, revoltado”, apontou Costa.

Em nota, o Semasa (Serviço de Saneamento Ambiental de Santo André) informou que a previsão era de que o fornecimento fosse normalizado até a madrugada de hoje. Segundo explica a autarquia, a cidade teria um deficit de 150 litros de água por segundo.

Conforme a autarquia, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), que fornece o líquido, teria repassado 2.200 litros por segundo na média no último mês. E a necessidade da cidade é de 2.350.

A Sabesp rebate e diz que cumpre o acordo de fornecimento diário de 2.340 litros por segundo de água e haveria perdas no sistema municipal. “Essa quantidade é mais que suficiente para atender à demanda de Santo André, mesmo com as altas temperaturas”, garante Paulo Massato, diretor metropolitano da companhia.  




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